Toni Morrison, nascida Chloe Ardelia Wofford, (Lorain, 18 de
fevereiro de 1931 - Nova Iorque, 5 de
agosto de 2019) foi uma escritora, editora e professora estadunidense.
Seu livro de
estreia, O olho mais azul (1970),
é um estudo sobre raça, gênero e beleza — temas recorrentes em seus últimos
romances. Despertou a atenção da crítica internacional com Song of Solomon (1977).
Amada (1987), o primeiro romance de uma trilogia que inclui Jazz (1992) e Paraíso (1997), ganhou
o Prémio Pulitzer de melhor ficção e foi escolhido pelo jornal
americano The New York Times como
“a melhor obra da ficção americana dos últimos 25 anos”. Morrison escreveu
peças, ensaios, literatura infantil e um libreto de ópera.
Recebeu
o Nobel de Literatura de 1993, por seus romances fortes e
pungentes, que relatam as experiências de mulheres negras nos Estados Unidos
durante os séculos XIX e XX.
Toni
Morrison nasceu em Lorain, em Ohio, nos Estados Unidos, numa família de classe
média baixa. Seu nome de registro é Chloe Ardelia Wofford. Alguns de seus
autores favoritos eram Jane Austen e Liev
Tolstói. De acordo com uma entrevista publicada no jornal The Guardian em 2012,
Morrison se converteu ao catolicismo aos 12 anos e recebeu o nome de batismo
"Anthony", que serviu de base para seu apelido "Toni".
Em 1949,
Morrison ingressou na Universidade Howard, onde se formou em Inglês em 1953.
Dois anos mais tarde, completou um mestrado em Inglês pela Universidade
Cornell, onde apresentou uma tese sobre o suicídio
nos trabalhos de William Faulkner e Virginia
Woolf. Entre 1955 e 1957, ensinou Inglês na
Universidade do Sul do Texas em Houston.
Depois, retornou à Universidade Howard, onde ocupou um cargo de professora.
Em 1958,
ela se casou com o arquiteto jamaicano Harold Morrison, que também lecionava na
Universidade Howard. O casal teve dois filhos - Harold e Slade - e se divorciou
em 1964. Após a separação, Toni Morrison se mudou para Syracuse, no estado
americano de Nova York, onde se tornou editora. Um ano e meio depois, ela foi
contratada pela Random House, uma das principais editoras de livros em
língua inglesa do mundo. Como editora Toni Morrison ajudou a tornar a
literatura negra popular nos Estados Unidos, publicando autores como Henry
Dumas, Toni Cade Bambara, Angela Davis e Gayl Jones.
Paralelamente
à carreira de editora, Morrison lecionou Inglês na Universidade Estadual de
Nova York e no campus de Brunswick da Universidade Rutgers. Em 1984, foi
indicada a um cargo honorário na Universidade de Albany. Também foi professora em Yale e na Bard College. De 1989 até sua
aposentadoria em 2006, a autora ocupou a cadeira Robert F. Goheen em
Humanidades na Universidade de Princeton.
Criou e
desenvolveu o programa Princeton
Atelier, que reúne estudantes talentosos com artistas mundialmente
famosos. Juntos, artistas já estabelecidos e aprendizes produzem obras de arte
que são apresentadas ao público ao fim do semestre. Em Princeton, Morrison
encoraja o surgimento de novos autores e também o desenvolvimento de novas
formas de arte.
Em junho
de 2005, Toni Morrison foi agraciada com um diploma honorário de Doutora em
Letras pela Universidade de Oxford. Em
2011, a Universidade Rutgers também
ofereceu à autora o título honorário de Doutora em Letras. Em março de 2012,
Morrison estabeleceu residência no Oberlin College.
Toni
Morrison começou a se dedicar à ficção na época em que fazia parte de um grupo
de poetas e escritores que se encontravam na Universidade Howard para discutir
literatura. Em um dos encontros, a autora apresentou um conto sobre uma garota
negra que sonhava em ter olhos azuis. O conto serviu de base para o seu
primeiro romance completo, O olho
mais azul, publicado em 1970. O livro foi escrito enquanto Morrison dava
aulas na universidade e criava os dois filhos pequenos.
Publicado
em 1973, seu segundo romance Sula foi
indicado, dois anos depois, ao National Book Award. Com o terceiro
livro, Song of Solomon (1977),
Morrison teve repercussão internacional e venceu o National Book Critics
Circle Award, premiação britânica.
Em 1987, o
livro Beloved se
tornou um sucesso de crítica. Quando foi anunciado que o romance não tinha
vencido o National Book Award nem o National Book Critics Circle Award, 48
críticos literários e escritores negros protestaram. Beloved ganhou uma adaptação
para o cinema. O filme foi estrelado por Oprah Winfrey e Danny Glover.
A história da escrava que inspirou Morrison a escrever Beloved também serviu de base
para a criação da ópera Margaret
Garner, também assinada pela autora.
Em 1993,
Morrison foi a primeira escritora negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura.
Segundo a organização da premiação, a autora "dá vida a aspectos
essenciais da realidade americana".
Além de
seus romances mais conhecidos, Morrison também escreveu livros para crianças em
parceria com seu filho mais novo, Slade Morrison, que trabalhava como pintor e
músico. Slade morreu aos 45 anos, em dezembro de 2010.
Os
romances de Toni Morrison normalmente mostram mulheres negras com
personalidades fortes e histórias de vida marcantes, mas a autora não considera
suas obras feministas. Ela chegou
a afirmar: "Não concordo com o patriarcado, e não acho que ele deve ser
substituído pelo matriarcado. É uma questão de acesso igualitário, de abrir
portas para todos os tipos de coisa". Entretanto, críticos literários
identificam no trabalho de Morrison características do "feminismo
pós-moderno", referindo-se à maneira como ela altera as dicotomias
euro-americanas e reescreve a história contada pelos livros.
Morrison
morreu no Montefiore Medical Center, Bronx, Nova Iorque, em 5 de agosto de 2019, por complicações em uma pneumonia. Tinha 88 anos de idade.
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