Olá pessoal!
Maria Firmina dos Reis (São
Luís, 11 de outubro de 1825 — Guimarães, 11 de novembro 1917) foi uma escritora da
época, considerada a primeira romancista brasileira.
Maria Firmina dos
Reis nasceu na Ilha de
São Luís, no Maranhão, em 11 de outubro de 1825,
mas foi registrada somente em 21 de dezembro de 1825, como filha de João Pedro
Esteves e Leonor Felipe dos Reis. Era prima do escritor maranhense Francisco
Sotero dos Reis por parte da mãe. Em 1830,
mudou-se com a família para a vila de São José de Guimarães, no continente.
Viveu parte de sua vida na casa de uma tia materna mais bem situada
economicamente. Em 1847, concorreu à cadeira de Instrução
Primária nessa localidade e, sendo aprovada,
ali mesmo exerceu a profissão, como professora de primeiras letras, de 1847 a
1881. Maria Firmina dos Reis nunca se casou.
Em 1859, publicou o
romance “Úrsula” considerado o primeiro romance de uma autora do
Brasil. Em 1887, publicou na Revista
Maranhense o conto "A Escrava", no qual se descreve uma
participante ativa da causa abolicionista.
Aos 54 anos de
idade e 34 de magistério oficial, anos antes de se aposentar, Maria Firmina
fundou, em Maçaricó, a poucos quilômetros de Guimarães, uma aula mista e
gratuita para alunos que não podiam pagar: conduzia as aulas num barracão em
propriedade de um senhor de engenho, à qual se dirigia toda manhã subindo num
carro de boi. Lá, lecionava às filhas deste, aos alunos que levava consigo
e a outros que se juntavam. A acadêmica Norma Telles classificou a iniciativa
de Maria Firmina como "um experimento ousado para a época". Essa
ação inovadora vai ao encontro das lutas das feministas brasileiras do final do século XIX que desejam a igualdade de
ensino para meninas.
Maria Firmina dos
Reis participou da vida intelectual maranhense: colaborou na imprensa local,
publicou livros, participou de antologias, e, além disso, também foi musicista
e compositora. A autora era abolicionista: ao ser admitida no magistério, aos 22 anos de idade, sua mãe queria que fosse de palanquim receber a nomeação, mas a autora optou por ir a pé,
dizendo a sua mãe: "Negro não é animal para se andar montado nele." Chegou
também a escrever um "Hino da Abolição dos Escravos".
Descreveu-se, em
1863, como tendo "uma compleição débil, e acanhada" e, por conta
disso, "não poderia deixar de ser uma criatura frágil, tímida, e por
consequência, melancólica." Os que a conheceram, quando tinha cerca
de 85 anos, descreveram-na como sendo pequena, parda, de rosto arredondado,
olhos escuros, cabelos crespos e grisalhos presos na altura da nuca. Uma
antiga aluna caracterizou-a como uma professora enérgica, que falava baixo, não
aplicava castigos corporais, nem ralhava, preferindo aconselhar. Era
reservada, mas acessível, sendo estimada pelos alunos e pela população da vila:
toda passeata de moradores de Guimarães parava em sua porta, ao que davam vivas
e ela agradecia com um discurso improvisado.
Maria Firmina dos
Reis morreu, cega e pobre, aos 92 anos, na casa de uma ex-escrava, Mariazinha,
mãe de um dos seus filhos de criação.
É a única mulher
dentre os bustos da Praça do
Pantheon, que homenageiam importantes escritores
maranhenses, em São Luís.
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