Mulher na história: Laudelina Campos - RENATA FONSECA

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Mulher na história: Laudelina Campos

Olá pessoal!

 

Eu nunca tinha ouvido falar dessa mulher que deixou sua marca na história. Agora eu conheço graças ao Google.

 

Nascida em 12 de outubro de 1904, em Poços de Caldas, Minas Gerais, Laudelina foi militante das mulheres e das empregadas domésticas, fundadora do primeiro sindicato de trabalhadoras domésticas do Brasil.


Laudelina nasceu em 12 de outubro de 1904, em Poços de Caldas, filha de pais alforriados pela Lei do Ventre Livre, em 1871. Seu pai faleceu quando Laudelina tinha 12 anos, atingido por uma árvore que cortava com outros dois filhos. Obrigada a trabalhar como empregada doméstica desde os 7 anos de idade, abandonou a escola para cuidar dos cinco irmãos mais novos, enquanto a mãe trabalhava.

Na adolescência, auxiliava a mãe na confecção de compotas, geleias e doces caseiros que eram vendidos na cidade para aumentar a renda. Aos 16 anos foi eleita presidente do Clube 13 de Maio, que promovia atividades recreativas e políticas entre a população negra de sua cidade. Mudou-se para a cidade de São Paulo aos 18 anos quando Laudelina teve sua primeira experiência como empregada doméstica. Nesse momento nasceu a indignação com o cotidiano marcado pelo racismo dos patrões, além da exploração e más condições do trabalho doméstico.

Casou-se aos 20 anos, com Geremias Henrique Campos Mello. Em 1924 mudou-se para a cidade de Santos, onde teve seu primeiro filho.

Junto do marido, Laudelina participou da agremiação Saudade de Campinas, grupo que valorizava a cultura negra em Santos. O casal se separou em 1938, com dois filhos como resultado da união. Laudelina passou a atuar de forma mais intensa em movimentos populares, de cunho político e reivindicatório, especialmente depois de se filiar ao Partido Comunista Brasileiro, em 1936. Neste mesmo ano, Laudelina fundou a primeira Associação de Trabalhadores Domésticos do país, fechada durante o Estado Novo, e voltando a funcionar em 1946. Várias outras associações começaram a surgir na cidade de São Paulo, sob a coordenação do professor Geraldo de Campos Oliveira, presidente do Clube Cultural Recreativo do Negro e membro do partido Libertador. Laudelina também trabalhou para a fundação da Frente Negra Brasileira, militando na maior associação da história do movimento negro, que chegou a ter 30 mil filiados ao longo da década de 1930.

Em 1948, a família para a qual Laudelina trabalhava a convidou para ser gerente do hotel fazenda que possuíam em Mogi das Cruzes, onde permaneceu por três anos. Com a morte da matriarca da família, Laudelina foi para Campinas, cidade que dava preferência às empregadas brancas, o que levou Laudelina a protestar junto do Correio Popular por veicular anúncios preconceituosos. Integrou-se ao Movimento Negro de Campinas, participando de eventos que visavam levantar a autoestima da comunidade negra, com teatros e palestras, inclusive promovendo, em 1957, um baile de debutantes (Baile Pérola Negra) para jovens negras, no Teatro Municipal de Campinas. Em 1961, obteve o apoio do Sindicato da Construção Civil de Campinas para fundar, em suas dependências, a associação de empregadas domésticas.

A Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas esteve em diversas frentes e lutas, em especial contra o preconceito racial. Mil e duzentas empregadas domésticas estiveram no ato da inauguração da associação, em 18 de maio de 1961. No ano seguinte, foi convidada para participar da organização de diversos sindicatos da categoria em outros estados, participando também de movimentos negros e feministas.

Para que a associação não fechasse, devido ao Golpe de Estado de 1964, Laudelina aceitou abrigá-la na União Democrática Nacional (UDN). A entidade acabou se dissociando, depois que Laudelina ficou doente em 1968, o que a levou a se desvincular do movimento de empregadas domésticas.  Voltou à direção em 1982, por insistência de suas antigas companheiras. Em 1988, a associação se tornou Sindicato das Empregadas Domésticas e continuou a lutar em favor do direito das empregadas domésticas, combatendo a discriminação da sociedade em relação às empregadas domésticas, exigindo melhor remuneração e igualdade de direitos sociais.

Laudelina faleceu em 12 de maio de 1991, aos 86 anos, em Campinas, deixando sua casa para o sindicato da cidade.

Em 1989, foi criada a ONG Casa Laudelina de Campos Mello, dedicada a celebrar a atuação e militância de Laudelina, fundamentais para a conquista do direito à Carteira de Trabalho e à Previdência Social.

O documentário Laudelina: Lutas e Conquistas, produzido em 2015 numa parceria entre o Museu da Cidade e o Museu da Imagem e do Som (MIS), ambos de Campinas, celebra a história de vida da líder sindical. O filme combina a interpretação da atriz Olívia Araújo e trechos de uma entrevista com a ativista realizada em 1989.

Em 12 de outubro de 2020, Laudelina foi homenageada pelo Google com um Doodle.

 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Laudelina_de_Campos_Melo


 

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