Olá pessoal!
Eu nunca tinha ouvido falar
dessa mulher que deixou sua marca na história. Agora eu conheço graças ao
Google.
Nascida em 12 de outubro de
1904, em Poços de Caldas, Minas Gerais, Laudelina foi militante das mulheres e
das empregadas domésticas, fundadora do primeiro sindicato de trabalhadoras
domésticas do Brasil.
Laudelina
nasceu em 12 de outubro de 1904, em Poços de Caldas, filha de pais alforriados
pela Lei do Ventre Livre, em 1871. Seu pai faleceu quando Laudelina
tinha 12 anos, atingido por uma árvore que cortava com outros dois
filhos. Obrigada a trabalhar como empregada doméstica desde os 7 anos de
idade, abandonou a escola para cuidar dos cinco irmãos mais novos, enquanto a
mãe trabalhava.
Na adolescência,
auxiliava a mãe na confecção de compotas, geleias e doces caseiros que eram
vendidos na cidade para aumentar a renda. Aos 16 anos foi eleita
presidente do Clube 13 de Maio, que promovia atividades recreativas e políticas
entre a população negra de sua cidade. Mudou-se para a cidade de São Paulo aos 18 anos
quando Laudelina teve sua primeira
experiência como empregada doméstica. Nesse momento nasceu a indignação com o
cotidiano marcado pelo racismo dos patrões, além da exploração e más condições
do trabalho doméstico.
Casou-se aos 20 anos, com Geremias Henrique Campos Mello. Em 1924 mudou-se para a cidade de Santos, onde teve seu primeiro filho.
Junto do marido, Laudelina
participou da agremiação Saudade de Campinas, grupo que valorizava a cultura
negra em Santos. O casal se separou em 1938, com dois filhos como resultado da
união. Laudelina passou a atuar de forma mais intensa em movimentos populares,
de cunho político e reivindicatório, especialmente depois de se filiar ao Partido
Comunista Brasileiro, em 1936. Neste mesmo ano, Laudelina fundou a primeira
Associação de Trabalhadores Domésticos do país, fechada durante o Estado
Novo, e voltando a funcionar em 1946. Várias outras associações
começaram a surgir na cidade de São Paulo, sob a coordenação do professor
Geraldo de Campos Oliveira, presidente do Clube Cultural Recreativo do Negro e
membro do partido Libertador. Laudelina também trabalhou para a fundação
da Frente Negra Brasileira, militando na maior associação da história do
movimento negro, que chegou a ter 30 mil filiados ao longo da década de 1930.
Em 1948, a família para a qual
Laudelina trabalhava a convidou para ser gerente do hotel fazenda que possuíam
em Mogi das Cruzes, onde permaneceu por três anos. Com a morte da
matriarca da família, Laudelina foi para Campinas, cidade que dava
preferência às empregadas brancas, o que levou Laudelina a protestar junto do
Correio Popular por veicular anúncios preconceituosos. Integrou-se
ao Movimento Negro de Campinas, participando de eventos que visavam
levantar a autoestima da comunidade negra, com teatros e palestras, inclusive
promovendo, em 1957, um baile de debutantes (Baile Pérola Negra) para jovens
negras, no Teatro Municipal de Campinas. Em 1961, obteve o apoio do
Sindicato da Construção Civil de Campinas para fundar, em suas dependências, a
associação de empregadas domésticas.
A Associação
Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas esteve em diversas frentes e
lutas, em especial contra o preconceito racial. Mil e duzentas empregadas
domésticas estiveram no ato da inauguração da associação, em 18 de maio de
1961. No ano seguinte, foi convidada para participar da organização de
diversos sindicatos da categoria em outros estados, participando também de
movimentos negros e feministas.
Para que a associação não
fechasse, devido ao Golpe de Estado de 1964, Laudelina aceitou abrigá-la
na União Democrática Nacional (UDN). A entidade acabou se
dissociando, depois que Laudelina ficou doente em 1968, o que a levou a se
desvincular do movimento de empregadas domésticas. Voltou à direção em 1982,
por insistência de suas antigas companheiras. Em 1988, a associação se tornou
Sindicato das Empregadas Domésticas e continuou a lutar em favor do direito das
empregadas domésticas, combatendo a discriminação da sociedade em relação às
empregadas domésticas, exigindo melhor remuneração e igualdade de direitos
sociais.
Laudelina faleceu em 12 de
maio de 1991, aos 86 anos, em Campinas, deixando sua casa para o
sindicato da cidade.
Em 1989, foi criada a ONG Casa
Laudelina de Campos Mello, dedicada a celebrar a atuação e militância de
Laudelina, fundamentais para a conquista do direito à Carteira de Trabalho e
à Previdência Social.
O documentário Laudelina: Lutas e Conquistas, produzido
em 2015 numa parceria entre o Museu da Cidade e o Museu da Imagem e do Som
(MIS), ambos de Campinas, celebra a história de vida da líder sindical. O filme
combina a interpretação da atriz Olívia Araújo e trechos de uma entrevista com
a ativista realizada em 1989.
Em 12 de outubro de 2020,
Laudelina foi homenageada pelo Google com um Doodle.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Laudelina_de_Campos_Melo
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