Olá pessoal!
Ela está no Olimpo das cantoras
brasileiras! O show dela é espetacular!
Já perceberam que adoro Maria
Bethânia. Uma das vozes da minha infância.
Fiz um resumo porque tem muitas
coisas sobre ela.
Maria Bethânia Viana Teles Veloso
nasceu em 18 de junho de 1946, na cidade de Santo
Amaro na Bahia. Maria Bethânia é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), e de Claudionor
Viana Teles Veloso mais conhecida como "Dona Canô" (1907-2012), Seu nome foi escolhido pelo
irmão Caetano Veloso, inspirado em uma canção, a valsa Maria Betânia, do
compositor Capiba, então um sucesso na voz de Nélson Gonçalves.
Sonhava desde cedo em ser atriz, para percorrer seu objetivo,
Em 1960, mudou-se para Salvador com a intenção de terminar os estudos, vindo a
compor o corpo de alunos da Escola de Teatro da Universidade
Federal da Bahia. Caetano é chamado, em 1963, para
compor a trilha musical da peça Boca
de Ouro, do dramaturgo Nélson Rodrigues. A
convite de Caetano foi convidada a interpretar as faixas que iriam compor
trilha, sendo este seu primeiro trabalho profissional com a música. Na
cena inicial Bethânia tem a oportunidade de enfrentar pela primeira vez os
palcos, cantando Na Cadência do Samba,
de Ataulfo Alves. Nesta época,
Bethânia e Caetano conheceram outros músicos iniciantes como Gilberto
Gil e Gal Costa e, ao lado desses artistas, estrearia
posteriormente o espetáculo Nós,
Por Exemplo em agosto de 1964. No mesmo ano, Bethânia participou
dos shows Nova Bossa Velha, Velha
Bossa Nova e Mora na
Filosofia.
A data
oficial da estreia profissional de Bethânia é 13 de fevereiro de 1965, quando
ela foi convidada pela musa da bossa nova, a cantora e violonista Nara
Leão, para substituí-la no espetáculo Opinião, em cartaz no Rio de Janeiro,
pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nara Leão conheceu Bethânia no ano anterior, na Bahia,
quando assistiu um dos espetáculos em que Bethânia atuara. Do espetáculo
surgiu o primeiro sucesso de Bethânia, a canção de protesto
"Carcará", composta originalmente para Nara Leão. Nesse mesmo
ano, foi contratada pela gravadora RCA, onde gravou o primeiro
álbum, Maria Bethânia, lançado em junho daquele mesmo ano. O álbum continha,
além de "Carcará", as faixas "Mora na Filosofia",
"Andaluzia", "Feitio de Oração" e "Sol Negro", esta última em dueto com Gal Costa. Ainda em
1965, lançou um compacto triplo, Maria
Bethânia Canta Noel Rosa. No mesmo ano participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de Guerra, ambos dirigidos
por Augusto Boal, também competindo em
festivais.
Em 1967,
Bethânia teve sua carreira impulsionada ao lançar seu segundo álbum Edu e Bethania, em parceria com Edu Lobo, a
pedido do mesmo. Edu era um cantor e compositor iniciante, assim como Bethânia,
que se firmava como cantora após o sucesso inicial no espetáculo Opinião. No disco, a cantora
teve performance solo em duas faixas e participou de duetos com Edu nas canções
"Cirandeiro", "Sinherê" e "Prá Dizer
Adeus".
Bethânia foi também a idealizadora
do grupo Doces Bárbaros, na qual era um dos vocais da banda, que lançou um
disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e
Gilberto Gil. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970, e ao longo dos anos, este lema
foi tema de um filme com direção de Jom Tob Azulay, um DVD, e um enredo da escola de
samba Estação Primeira de
Mangueira em 1994 com a canção "Atrás da
verde-e-rosa só não vai quem já morreu". Já comandaram trio
elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha
da Inglaterra.
Maria Bethânia participou do
especial Mulher 80 (Rede Globo); o programa exibiu uma série de
entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino
na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e
da ampla preponderância das vozes femininas.
Após Álibi (1978), vieram Mel (1979), Talismã (1980), Alteza (1981), Ciclo (1983) e A Beira e o Mar (1984), com
arranjos e teclados de Lincoln Olivetti. No LP A
Beira e o Mar, originado do espetáculo A Hora da Estrela, cujo título remete ao famoso livro homônimo
de Clarice Lispector, o repertório misturou canções inéditas e regravações.
O disco que marca essa volta
é Memória da Pele; durante
este intervalo de tempo, aconteceu uma breve passagem pela primeira gravadora,
a RCA, com a qual assinou
contrato para a gravação de três discos, mas acabou gerando apenas dois. São
eles: Dezembros e Maria, lançados em 1986 e 1988,
respectivamente. Cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no
coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e
levantou fundos para a África por meio do projeto USA for África.
O projeto Nordeste Já (1985),
abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto simples,
de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca
d'Água".
Já o CD Maria, originado do espetáculo
homônimo dirigido por Fauzi Arap no ano anterior, contou com as participações
especiais da cantora Gal Costa e duas internacionais: o grupo sul-africano Lady
Smith Black Mambazo e a atriz francesa Jeanne Moureau. A 26 de novembro de
1987, foi agraciada com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique,
de Portugal.
Em 1990, Bethânia comemorou 25
anos de carreira com o LP 25 Anos,
cujo repertório, essencialmente brasileiro, evocava diversas culturas deste país, com canções consagradas e pouco
conhecidas, entre regravações e inéditas. O feito de gravação de discos
acústicos se repetiu no álbum subsequente, Olho d'Água, lançado em 1992; no repertório deste, a canção
regionalista "Além da Última Estrela", que integrou a trilha sonora
da novela da Globo Renascer,
de Benedito Ruy Barbosa.
O CD As Canções que Você Fez pra Mim foi convertido para uma
versão hispânica (no caso, Las Canciones
que Hiciste pra Mí). Maria
Bethânia ao Vivo, de 1995, o último a ter versão em vinil; porém,
já sofria com o problema de pressão de espaço físico, com quatro músicas a
menos. Este disco trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas
e do álbum de estúdio anterior dedicado a Roberto Carlos.
Em 1999, lançou A Força Que Nunca Seca pela
gravadora BMG. A faixa-título foi dedicada à memória de Mãe Cleusa do Gantois,
além de trazer canções inéditas e releituras de clássicos. Em seguida, houve um
espetáculo que divulgou o disco anterior, do qual saiu o CD duplo Diamante Verdadeiro, gravado em
agosto, que trouxe canções do referido CD de estúdio.
Em 2001, desliga-se das
grandes gravadoras, transferindo-se para a independente Biscoito
Fino, de propriedade de Olivia Hime e Kati Almeida Braga. O disco que marca a
estreia na nova gravadora é o duplo Maricotinha
ao Vivo - comemorativo dos trinta e cinco anos de carreira, que
trouxe regravações dos antigos sucessos seus entre outras canções consagradas,
textos e do álbum de estúdio homônimo do ano anterior, cuja maior parte das
canções era inédita e também gerou seu primeiro DVD. Em 2003, ainda na
Biscoito Fino, lança o selo Quitanda (23 de setembro), para gravar discos com
menor apelo comercial. Houve o lançamento do álbum Cânticos, Preces, Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu, gravado
originalmente em 2000, que inicialmente não foi comercializado e distribuído
numa tiragem limitada de duas mil cópias, apenas para angariar fundos para a restauração
da matriz da cidade natal, em homenagem a Nossa Senhora.Ao mesmo tempo,
produziu a homenagem Namorando a
Rosa, a violonista Rosinha de Valença, que tocou alguns anos em sua
banda, falecida em 2004; dirigiu o espetáculo Comigo Me Desavim (1967); e nove anos depois gravou os
álbuns Cheiro de Mato, Maria Bethânia e Caetano Veloso ao Vivo, Alteza, Olho d'Água e Álibi,
onde tocou violão em todas as faixas. Em 2005, foi lançado o filme documentário
sobre sua vida e carreira, Música
é Perfume.
Em 2006, foi vencedora
do Prêmio TIM de Música (antigo Prêmio Sharp) onde
arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que Falta Você Me Faz) e melhor DVD (Tempo Tempo Tempo Tempo). Ainda
em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil, lançado três
anos antes, e Mar de Sophia,
onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello
Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do Mar tem Rio, com direção de
Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap, originando o álbum duplo
homônimo, lançado em 2007. Lançou em 2007 pela Biscoito Fino o DVD duplo que
contempla dois documentários sobre a artista: Pedrinha de Aruanda e Bethânia Bem de Perto. Este primeiro é um registro da intimidade
da cantora e tem com ponto de partida a comemoração do seu aniversário de
sessenta anos, celebrados durante uma apresentação em Salvador e uma
missa em Santo Amaro, sua cidade natal, em 2006. Ainda em 2007, é a maior
vencedora do Prêmio TIM, Bethânia, mais uma vez, compareceu à cerimônia, e
levou para casa os troféus de melhor cantora, melhor disco (Mar de Sophia), melhor projeto
gráfico (Pirata) e melhor
canção ("Beira-mar", do CD Mar de Sophia).
Em 2008, junta-se à cantora
cubana Omara Portuondo e segue em turnê pelo Brasil e países latinos,
como Argentina e Chile; foi gravado o DVD ao vivo em Belo
Horizonte no Palácio das Artes, sob a direção de Mário de Aratanha e a
produção musical de Moogie Canázio, originando também um CD. Em 2009, lançou
o DVD Dentro do Mar tem Rio,
registro do show ao vivo gravado em dezembro de 2007, em São Paulo, com direção
de Andrucha Waddington. No mesmo ano, lança na Gafieira Estudantina os
trabalhos Encanteria, onde
canta as mais variadas formas de fé (pelo selo Quitanda) e Tua, com canções românticas (pela
Biscoito Fino); ambos são compostos por canções inéditas.
O
DVD Carta de Amor, lançado
em 2013, traz uma turnê baseada no álbum Oásis de Bethânia. O DVD tem seu
título incorporado em um poema-canção escrito pela própria cantora. Em 2014, a
faixa-título foi indicada ao Grammy Latino de Melhor Canção
Brasileira.
Bethânia
raramente dá entrevistas, fator que só ocorre para a divulgação de algum
disco. Bethânia geralmente não expõe suas opiniões quando se trata de
política. Sua voz já foi usada com seu consentimento nas campanhas de Fernando
Henrique Cardoso e de Lula. Em 2019, ela criticou o então presidente da
república Jair Bolsonaro, após ele ter
feito uso do termo "paraíba" para se referir de forma pejorativa aos
nordestinos e o veto de recursos para o Maranhão.
Bethânia
foi eleita em 2012, pela revista Rolling
Stone Brasil, como a quinta maior voz da música brasileira.
Nenhum comentário: