Diva da música: Maria Bethânia. - RENATA FONSECA

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Diva da música: Maria Bethânia.

Olá pessoal!

Ela está no Olimpo das cantoras brasileiras! O show dela é espetacular!

Já perceberam que adoro Maria Bethânia. Uma das vozes da minha infância.

Fiz um resumo porque tem muitas coisas sobre ela.

Maria Bethânia Viana Teles Veloso nasceu em 18 de junho de 1946, na cidade de Santo Amaro na Bahia. Maria Bethânia é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), e de Claudionor Viana Teles Veloso mais conhecida como "Dona Canô" (1907-2012),  Seu nome foi escolhido pelo irmão Caetano Veloso, inspirado em uma canção, a valsa Maria Betânia, do compositor Capiba, então um sucesso na voz de Nélson Gonçalves. 

Sonhava desde cedo em ser atriz, para percorrer seu objetivo, Em 1960, mudou-se para Salvador com a intenção de terminar os estudos, vindo a compor o corpo de alunos da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Caetano é chamado, em 1963, para compor a trilha musical da peça Boca de Ouro, do dramaturgo Nélson Rodrigues.  A convite de Caetano foi convidada a interpretar as faixas que iriam compor trilha, sendo este seu primeiro trabalho profissional com a música. Na cena inicial Bethânia tem a oportunidade de enfrentar pela primeira vez os palcos, cantando Na Cadência do Samba, de Ataulfo Alves. Nesta época, Bethânia e Caetano conheceram outros músicos iniciantes como Gilberto Gil e Gal Costa e, ao lado desses artistas, estrearia posteriormente o espetáculo Nós, Por Exemplo em agosto de 1964. No mesmo ano, Bethânia participou dos shows Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova e Mora na Filosofia.


A data oficial da estreia profissional de Bethânia é 13 de fevereiro de 1965, quando ela foi convidada pela musa da bossa nova, a cantora e violonista Nara Leão, para substituí-la no espetáculo Opinião, em cartaz no Rio de Janeiro, pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nara Leão conheceu Bethânia no ano anterior, na Bahia, quando assistiu um dos espetáculos em que Bethânia atuara. Do espetáculo surgiu o primeiro sucesso de Bethânia, a canção de protesto "Carcará", composta originalmente para Nara Leão. Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, onde gravou o primeiro álbum, Maria Bethânia, lançado em junho daquele mesmo ano. O álbum continha, além de "Carcará", as faixas "Mora na Filosofia", "Andaluzia", "Feitio de Oração" e "Sol Negro", esta última em dueto com Gal Costa. Ainda em 1965, lançou um compacto triplo, Maria Bethânia Canta Noel Rosa. No mesmo ano participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de Guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal, também competindo em festivais.

Em 1967, Bethânia teve sua carreira impulsionada ao lançar seu segundo álbum Edu e Bethania, em parceria com Edu Lobo, a pedido do mesmo. Edu era um cantor e compositor iniciante, assim como Bethânia, que se firmava como cantora após o sucesso inicial no espetáculo Opinião. No disco, a cantora teve performance solo em duas faixas e participou de duetos com Edu nas canções "Cirandeiro", "Sinherê" e "Prá Dizer Adeus". 

Bethânia foi também a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, na qual era um dos vocais da banda, que lançou um disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970, e ao longo dos anos, este lema foi tema de um filme com direção de Jom Tob Azulay, um DVD, e um enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção "Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu". Já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra.

Maria Bethânia participou do especial Mulher 80 (Rede Globo); o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da ampla preponderância das vozes femininas.

Após Álibi (1978), vieram Mel (1979), Talismã (1980), Alteza (1981), Ciclo (1983) e A Beira e o Mar (1984), com arranjos e teclados de Lincoln Olivetti. No LP A Beira e o Mar, originado do espetáculo A Hora da Estrela, cujo título remete ao famoso livro homônimo de Clarice Lispector, o repertório misturou canções inéditas e regravações.

O disco que marca essa volta é Memória da Pele; durante este intervalo de tempo, aconteceu uma breve passagem pela primeira gravadora, a RCA, com a qual assinou contrato para a gravação de três discos, mas acabou gerando apenas dois. São eles: Dezembros e Maria, lançados em 1986 e 1988, respectivamente. Cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África por meio do projeto USA for África. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto simples, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água".

Já o CD Maria, originado do espetáculo homônimo dirigido por Fauzi Arap no ano anterior, contou com as participações especiais da cantora Gal Costa e duas internacionais: o grupo sul-africano Lady Smith Black Mambazo e a atriz francesa Jeanne Moureau. A 26 de novembro de 1987, foi agraciada com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal.

Em 1990, Bethânia comemorou 25 anos de carreira com o LP 25 Anos, cujo repertório, essencialmente brasileiro, evocava diversas culturas deste país, com canções consagradas e pouco conhecidas, entre regravações e inéditas. O feito de gravação de discos acústicos se repetiu no álbum subsequente, Olho d'Água, lançado em 1992; no repertório deste, a canção regionalista "Além da Última Estrela", que integrou a trilha sonora da novela da Globo Renascer, de Benedito Ruy Barbosa.

O CD As Canções que Você Fez pra Mim foi convertido para uma versão hispânica (no caso, Las Canciones que Hiciste pra Mí). Maria Bethânia ao Vivo, de 1995, o último a ter versão em vinil; porém, já sofria com o problema de pressão de espaço físico, com quatro músicas a menos. Este disco trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e do álbum de estúdio anterior dedicado a Roberto Carlos.

Em 1999, lançou A Força Que Nunca Seca pela gravadora BMG. A faixa-título foi dedicada à memória de Mãe Cleusa do Gantois, além de trazer canções inéditas e releituras de clássicos. Em seguida, houve um espetáculo que divulgou o disco anterior, do qual saiu o CD duplo Diamante Verdadeiro, gravado em agosto, que trouxe canções do referido CD de estúdio.

Em 2001, desliga-se das grandes gravadoras, transferindo-se para a independente Biscoito Fino, de propriedade de Olivia Hime e Kati Almeida Braga. O disco que marca a estreia na nova gravadora é o duplo Maricotinha ao Vivo - comemorativo dos trinta e cinco anos de carreira, que trouxe regravações dos antigos sucessos seus entre outras canções consagradas, textos e do álbum de estúdio homônimo do ano anterior, cuja maior parte das canções era inédita e também gerou seu primeiro DVD. Em 2003, ainda na Biscoito Fino, lança o selo Quitanda (23 de setembro), para gravar discos com menor apelo comercial. Houve o lançamento do álbum Cânticos, Preces, Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu, gravado originalmente em 2000, que inicialmente não foi comercializado e distribuído numa tiragem limitada de duas mil cópias, apenas para angariar fundos para a restauração da matriz da cidade natal, em homenagem a Nossa Senhora.Ao mesmo tempo, produziu a homenagem Namorando a Rosa, a violonista Rosinha de Valença, que tocou alguns anos em sua banda, falecida em 2004; dirigiu o espetáculo Comigo Me Desavim (1967); e nove anos depois gravou os álbuns Cheiro de Mato, Maria Bethânia e Caetano Veloso ao Vivo, Alteza, Olho d'Água e Álibi, onde tocou violão em todas as faixas. Em 2005, foi lançado o filme documentário sobre sua vida e carreira, Música é Perfume.

Em 2006, foi vencedora do Prêmio TIM de Música (antigo Prêmio Sharp) onde arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que Falta Você Me Faz) e melhor DVD (Tempo Tempo Tempo Tempo). Ainda em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil, lançado três anos antes, e Mar de Sophia, onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do Mar tem Rio, com direção de Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap, originando o álbum duplo homônimo, lançado em 2007. Lançou em 2007 pela Biscoito Fino o DVD duplo que contempla dois documentários sobre a artista: Pedrinha de Aruanda e Bethânia Bem de Perto. Este primeiro é um registro da intimidade da cantora e tem com ponto de partida a comemoração do seu aniversário de sessenta anos, celebrados durante uma apresentação em Salvador e uma missa em Santo Amaro, sua cidade natal, em 2006. Ainda em 2007, é a maior vencedora do Prêmio TIM, Bethânia, mais uma vez, compareceu à cerimônia, e levou para casa os troféus de melhor cantora, melhor disco (Mar de Sophia), melhor projeto gráfico (Pirata) e melhor canção ("Beira-mar", do CD Mar de Sophia).

Em 2008, junta-se à cantora cubana Omara Portuondo e segue em turnê pelo Brasil e países latinos, como Argentina e Chile; foi gravado o DVD ao vivo em Belo Horizonte no Palácio das Artes, sob a direção de Mário de Aratanha e a produção musical de Moogie Canázio, originando também um CD. Em 2009, lançou o DVD Dentro do Mar tem Rio, registro do show ao vivo gravado em dezembro de 2007, em São Paulo, com direção de Andrucha Waddington. No mesmo ano, lança na Gafieira Estudantina os trabalhos Encanteria, onde canta as mais variadas formas de fé (pelo selo Quitanda) e Tua, com canções românticas (pela Biscoito Fino); ambos são compostos por canções inéditas.

O DVD Carta de Amor, lançado em 2013, traz uma turnê baseada no álbum Oásis de Bethânia. O DVD tem seu título incorporado em um poema-canção escrito pela própria cantora. Em 2014, a faixa-título foi indicada ao Grammy Latino de Melhor Canção Brasileira.

Bethânia raramente dá entrevistas, fator que só ocorre para a divulgação de algum disco. Bethânia geralmente não expõe suas opiniões quando se trata de política. Sua voz já foi usada com seu consentimento nas campanhas de Fernando Henrique Cardoso e de Lula. Em 2019, ela criticou o então presidente da república Jair Bolsonaro, após ele ter feito uso do termo "paraíba" para se referir de forma pejorativa aos nordestinos e o veto de recursos para o Maranhão.

Bethânia foi eleita em 2012, pela revista Rolling Stone Brasil, como a quinta maior voz da música brasileira.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Beth%C3%A2nia


 

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