Olá pessoal!
Lógico que não podia deixar de comentar
sobre os figurinos dos personagens. Os femininos sempre são os mais elaborados
que exigem mais peças e cada núcleo tem suas peculiaridades.
Ah! Quase esqueço, teremos muitas
postagens sobre os personagens reais femininos da novela.
A seguir um pouco sobre a construção das vestimentas.
A obra é fictícia, porém alguns
personagens são reais e, por isso, existe o comprometimento de usar peças com
base nas pesquisas e na história real. A produção das roupas é toda feita nos
Estúdios Globo, sendo 70% do material oriundo do acervo, que passa por uma
customização em função dos tons da novela.
Uma curiosidade interessante sobre o figurino, e que poderá ser notada ao longo
dos capítulos, é que cada personagem feminina tem uma cor predominante nas
roupas, de acordo com seu perfil.
Figurino assinado por Beth Filipecki e Renaldo Machado.
Dom Pedro II (Selton Mello): foi um homem que
não priorizava a roupa ou o visual. A caracterização do personagem foi
inspirada em fotos históricas. “Selton usa lentes azuis claras e terá momentos
diferentes a cada passagem de tempo. Mais novo, estará com a sobrancelha
marcada e barba castanha. Na fase seguinte, Selton quase não usa
caracterizações. Após a Guerra do Paraguai, se perceberá um envelhecimento, com
o cabelo branco e uma longa barba branca, detalha Lucila, que cuida da
caracterização da novela e é responsável por manter o tom épico e realista dos
personagens.
Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella): segue o
estilo comedido do Imperador, com vestidos em tom azul e diferentes perucas,
que variam o penteado. "O tom escolhido para a imperatriz Tereza Cristina
está ligado, simbolicamente, ao colorido azul profundo do manto da Imaculada.
Uma particularidade em relação ao figurino da primeira fase é o uso das
golinhas de rendas de família, feitas à mão com o tradicional acabamento de
broches e pequenos brincos e que, em conjunto, compõe com decoro e elegância
discreta a imagem materna como soberana", explica a figurinista.
A princesa Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao)
surge de lilás.
Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso), de azul claro.
Condessa de Barral (Mariana Ximenes) para
interpretar a personagem, a atriz precisou escurecer o cabelo, colocar lentes
escuras e ainda usar cinco perucas diferentes, que mudam de acordo com os
penteados. Os vestidos da Condessa são de seda pura, mais sofisticados, em tons
predominantemente verdes. A ideia com o figurino é traduzir o empoderamento da
mulher, mesmo em peças de época.
Pilar (Gabriela Medvedovski): Mais
despojada e empoderada, a personagem não usa espartilhos. Sua cor é o amarelo,
que é representado em tecidos mais rústicos e com elementos masculinos,
simbolizando sua luta por espaços que, na época, não eram das mulheres.
Pequena África
Abena (Mary Sheila): "A personagem veste uma túnica de
algodão pintada à mão. Na cintura, o acessório de macramê de trama aberta, que
simboliza a liberdade conquistada."
Cândida: "A personagem veste
uma bata clara, com mangas em rendado de algodão e sua presença real se
contextualiza com a beleza do volume e movimento das saias. Valorizamos a
sobreposição das montagens em alturas diferentes, por exemplo."
Lupita (Roberta Rodrigues): "O reaproveitamento de
materiais, o trabalho manual e o uso dos fios também está presente no figurino
de Lupita que, ainda escrava de ganho, se difere pelos contrastes de cor e luz
na saia montada por pedaços de retalhos de algodão."
Jorge/Samuel (Michel Gomes). No início da
trama, ele é um homem escravizado, até ser ajudado pela Condessa de Barral
(Mariana Ximenes), quando passa a usar as vestimentas de Eugênio (Thierry
Tremouroux): camisa, calça, chapéu e sapato. Na sequência, após ser acolhido
por Dom Olu (Rogério Brito), na região da Pequena África, vai usar roupas com
elementos africanos. Neste núcleo, o conceito de liberdade passa por todos os
personagens. Segundo a figurinista, o trançado do cabelo e nos tecidos
representa a prisão. Quando as personagens se tornam livres, soltam as tranças,
os nós e usam roupas mais soltas.
Tonico
(Alexandre Nero): é outro personagem cujo figurino passa por uma mudança,
sempre retratando seu jeito peculiar. Quando está na fazenda, usa muitas peças
em couro e outros materiais pesados, mas após chegar na Corte e ser eleito
Deputado, começa a se preocupar mais com a aparência.
Casal cômico João Batista (Ernani Moraes) e Lota (Paula Cohen) recém-chegados do
interior, compram tudo o que é novidade, sempre buscando seguir o exemplo da
nobreza. Não sabe ficar dentro das roupas e estranha. “Lota vai ter perucas e
apliques diferentes. Era a época do cabelo dividido ao meio e os cachos. Ela
usa roupas com recortes em andares, crinolina, armação de baixo, mas toda
caracterização da Família Pindaíba representa o exagero”, completa Beth.
O núcleo que acho mais divertido! O
que chamou minha atenção foi a caracterização principalmente a dentadura. Licurgo (Guilherme Piva) e Germana
(Vivianne Pasmanter), que dão continuidade ao sucesso de ‘Novo Mundo’ e
herdam as roupas da produção anterior. “Eles estão mais velhos, enrugados,
maltratados, mas continuam porcos, sujos. Representam o que resta, mas com
muita energia. A gente manteve tudo o que trouxeram, mas com adaptações. No
lugar da roupa de cima, agora Germana está de ceroula. Temos todo cuidado e
carinho com esses dois personagens”, explica a figurinista.
Nenhum comentário: