Sobre os figurinos da novela Nos tempos do Imperador. - RENATA FONSECA

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Sobre os figurinos da novela Nos tempos do Imperador.

Olá pessoal!

 

Quem ouve meu podcast já sabem que adoro a novela Nos tempos do imperador, tudo é incrível nessa novela. Gravei um episódio falando sobre a trilha sonora espetacular.  

Lógico que não podia deixar de comentar sobre os figurinos dos personagens. Os femininos sempre são os mais elaborados que exigem mais peças e cada núcleo tem suas peculiaridades.

Ah! Quase esqueço, teremos muitas postagens sobre os personagens reais femininos da novela.

A seguir um pouco sobre a construção das vestimentas.

 



A obra é fictícia, porém alguns personagens são reais e, por isso, existe o comprometimento de usar peças com base nas pesquisas e na história real. A produção das roupas é toda feita nos Estúdios Globo, sendo 70% do material oriundo do acervo, que passa por uma customização em função dos tons da novela.
Uma curiosidade interessante sobre o figurino, e que poderá ser notada ao longo dos capítulos, é que cada personagem feminina tem uma cor predominante nas roupas, de acordo com seu perfil.

 

Figurino assinado por Beth Filipecki e Renaldo Machado.

 

Dom Pedro II (Selton Mello): foi um homem que não priorizava a roupa ou o visual. A caracterização do personagem foi inspirada em fotos históricas. “Selton usa lentes azuis claras e terá momentos diferentes a cada passagem de tempo. Mais novo, estará com a sobrancelha marcada e barba castanha. Na fase seguinte, Selton quase não usa caracterizações. Após a Guerra do Paraguai, se perceberá um envelhecimento, com o cabelo branco e uma longa barba branca, detalha Lucila, que cuida da caracterização da novela e é responsável por manter o tom épico e realista dos personagens.

 

Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella): segue o estilo comedido do Imperador, com vestidos em tom azul e diferentes perucas, que variam o penteado. "O tom escolhido para a imperatriz Tereza Cristina está ligado, simbolicamente, ao colorido azul profundo do manto da Imaculada. Uma particularidade em relação ao figurino da primeira fase é o uso das golinhas de rendas de família, feitas à mão com o tradicional acabamento de broches e pequenos brincos e que, em conjunto, compõe com decoro e elegância discreta a imagem materna como soberana", explica a figurinista.

 

A princesa Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao) surge de lilás.

Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso), de azul claro.

Condessa de Barral (Mariana Ximenes) para interpretar a personagem, a atriz precisou escurecer o cabelo, colocar lentes escuras e ainda usar cinco perucas diferentes, que mudam de acordo com os penteados. Os vestidos da Condessa são de seda pura, mais sofisticados, em tons predominantemente verdes. A ideia com o figurino é traduzir o empoderamento da mulher, mesmo em peças de época.

Pilar (Gabriela Medvedovski): Mais despojada e empoderada, a personagem não usa espartilhos. Sua cor é o amarelo, que é representado em tecidos mais rústicos e com elementos masculinos, simbolizando sua luta por espaços que, na época, não eram das mulheres.

 

Pequena África

 

Abena (Mary Sheila): "A personagem veste uma túnica de algodão pintada à mão. Na cintura, o acessório de macramê de trama aberta, que simboliza a liberdade conquistada."

 

Cândida: "A personagem veste uma bata clara, com mangas em rendado de algodão e sua presença real se contextualiza com a beleza do volume e movimento das saias. Valorizamos a sobreposição das montagens em alturas diferentes, por exemplo."

 

Lupita (Roberta Rodrigues): "O reaproveitamento de materiais, o trabalho manual e o uso dos fios também está presente no figurino de Lupita que, ainda escrava de ganho, se difere pelos contrastes de cor e luz na saia montada por pedaços de retalhos de algodão."

 

Jorge/Samuel (Michel Gomes). No início da trama, ele é um homem escravizado, até ser ajudado pela Condessa de Barral (Mariana Ximenes), quando passa a usar as vestimentas de Eugênio (Thierry Tremouroux): camisa, calça, chapéu e sapato. Na sequência, após ser acolhido por Dom Olu (Rogério Brito), na região da Pequena África, vai usar roupas com elementos africanos. Neste núcleo, o conceito de liberdade passa por todos os personagens. Segundo a figurinista, o trançado do cabelo e nos tecidos representa a prisão. Quando as personagens se tornam livres, soltam as tranças, os nós e usam roupas mais soltas.

 

Tonico (Alexandre Nero): é outro personagem cujo figurino passa por uma mudança, sempre retratando seu jeito peculiar. Quando está na fazenda, usa muitas peças em couro e outros materiais pesados, mas após chegar na Corte e ser eleito Deputado, começa a se preocupar mais com a aparência.

Casal cômico João Batista (Ernani Moraes) e Lota (Paula Cohen) recém-chegados do interior, compram tudo o que é novidade, sempre buscando seguir o exemplo da nobreza. Não sabe ficar dentro das roupas e estranha. “Lota vai ter perucas e apliques diferentes. Era a época do cabelo dividido ao meio e os cachos. Ela usa roupas com recortes em andares, crinolina, armação de baixo, mas toda caracterização da Família Pindaíba representa o exagero”, completa Beth.

O núcleo que acho mais divertido! O que chamou minha atenção foi a caracterização principalmente a dentadura. Licurgo (Guilherme Piva) e Germana (Vivianne Pasmanter), que dão continuidade ao sucesso de ‘Novo Mundo’ e herdam as roupas da produção anterior. “Eles estão mais velhos, enrugados, maltratados, mas continuam porcos, sujos. Representam o que resta, mas com muita energia. A gente manteve tudo o que trouxeram, mas com adaptações. No lugar da roupa de cima, agora Germana está de ceroula. Temos todo cuidado e carinho com esses dois personagens”, explica a figurinista.

 

https://revistamarieclaire.globo.com/Moda/noticia/2021/08/nos-tempos-do-imperador-figurino-mostra-essencia-e-historia-dos-personagens.html

https://gshow.globo.com/moda-e-beleza/noticia/nos-tempos-do-imperador-os-detalhes-dos-looks-de-pilar-teresa-cristina-e-mais-personagens.ghtml




 

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