Olá pessoal!
Acompanhando a novela das 18 horas tem mulheres que
ficaram na história que eu particularmente só tinha ouvido falar. Não podia
deixar passar as histórias dessas importantes mulheres e fiz uma pequena
pesquisa.
Teresa
Cristina (Nápoles, 14
de março de 1822 – Porto, 28 de
dezembro de 1889), apelidada de "Mãe dos Brasileiros", foi a esposa do
imperador Pedro II e imperatriz consorte do Império do
Brasil de 1842 até a Proclamação da República, em 1889. Nascida como
princesa do Reino das Duas Sicílias, era filha do rei Francisco I,
pertencente ao ramo italiano da Casa de Bourbon, e de sua
esposa, a infanta Maria Isabel da Espanha.
Casou por procuração
com Pedro II em 1842. Existe a narrativa de que Pedro ficou
insatisfeito com aparência simples da noiva, ao encontrá-la pela primeira vez,
entretanto não condiz com o relato de quem esteve presente ao encontro. Eugênio
Rodríguez, oficial da Marinha Napolitana que acompanhou a viagem de Teresa
Cristina e fez um extenso relato da mesma, registrou que ao se encontrarem
estavam bastantes nervosos, e Pedro a abraçou, demonstrando sua ansiedade.
No casamento de Teresa Cristina e
Pedro, ao contrário do que se dissemina, havia amor; as cartas de Teresa para
Pedro transbordam isso, e Pedro a correspondia, pois mesmo na velhice custavam
a se separar. Muito se diz que era passiva, entretanto, dentro do convívio
familiar Teresa é tida como "controladora, e quer que tudo vá do seu
jeito" como narra sua filha Leopoldina a Condessa De Barral. Teresa foi
criada e educada como uma nobre, e os princípios dessa educação era respeito às
instituições, consciente de seu papel como Imperatriz, resguardou-se de emitir
opiniões, compartilhando suas opiniões sobre política com o marido, o que o
auxiliou a tomada de decisões. O que mais contrastava na personalidade de
Teresa Cristina era sua amabilidade e simplicidade (não confundir com
mediocridade) mesmo sendo Imperatriz do Brasil, com uma educação primorosa,
conseguia fazer qualquer um ficar à vontade em sua presença. Dos quatro filhos
que Teresa Cristina e Pedro tiveram, dois meninos morreram na infância e uma
filha morreu de febre tifoide aos 24 anos.
A família imperial
brasileira foi exilada em 1889, depois da Proclamação da República por
oficiais militares. Ser exilada de sua terra adotiva teve um efeito devastador
em sua saúde e em seu espírito. Adoeceu, e em lamentação, morreu de
uma paragem cardiorrespiratória no dia 28 de dezembro de 1889, na
cidade do Porto, Portugal. Foi muito amada e respeitada pelos seus súditos, em
vida e depois de sua morte, e era respeitada até pelos republicanos que
derrubaram o império. Teresa Cristina é bem vista por historiadores por causa
de sua personalidade, comportamento irrepreensível e patrocínio da cultura
brasileira.
A historiografia conta que Teresa
Cristina foi educada em isolamento, em num ambiente de superstição religiosa,
intolerância e conservadorismo. Há descrições sobre ela evidenciando uma
personalidade tímida e suave. Foi descrita como sendo um pouco apagada,
tendo-se acostumado a ficar satisfeita com qualquer circunstância que viesse a
encontrar.
Alguns historiadores mais
recentes tiveram uma visão modificada tanto da corte napolitana, como um regime
reacionário e até da passividade de Teresa Cristina. O historiador Aniello
Angelo Avella afirma que a interpretação difamada dos Bourbon de Nápoles tem
suas origens nas perspectivas geradas no século XIX depois da conquista das
Duas Sicílias pelo Reino da Sardenha em 1861, durante a unificação
italiana. É revelado em suas cartas pessoais que ela tinha um temperamento
forte.
De acordo com Avella, Teresa
Cristina não era uma mulher submissa e sim uma pessoa respeitadora do papel
imposto pela ética e pelos valores da época".
Vincenzo Ramírez, embaixador das
Duas Sicílias no Império Austríaco, se reuniu em Viena no início
da década de 1840 com Bento da Silva Lisboa, 2.º Barão de Cairu, o enviado
brasileiro encarregado de encontrar uma esposa para o jovem imperador
D. Pedro II do Brasil. Até então, todas as casas reais procuradas
mostraram-se reticentes já que temiam que Pedro II fosse desenvolver uma
personalidade semelhante à de seu pai D. Pedro I, conhecido por sua
inconsistência e por ter várias amantes. Ramírez não deu muita importância
para a reputação do monarca e propôs a mão de Teresa Cristina ao imperador. Por
fazer parte de uma família grande, e assim capaz apenas de um dote, as
perspectivas de casar a princesa com o imperador não podiam ser postas de lado
tão facilmente.
Um casamento por procuração foi
realizado em Nápoles no dia 30 de maio de 1842, o imperador foi
representado pelo príncipe Leopoldo, Conde de Siracusa e irmão da
noiva. Uma frota brasileira formada por uma fragata e duas
corvetas partiu em 3 de março para as Duas Sicílias a fim de trazer a nova
imperatriz até o Brasil. Ela chegou ao Rio de Janeiro em 3
de setembro. Pedro imediatamente correu para dentro do navio para receber
a esposa. Teresa Cristina se apaixonou à primeira vista por seu marido.
Pedro, então com dezessete anos,
ficou claramente muito desapontado. Suas primeiras impressões eram apenas
de seus defeitos físicos e também o quanto sua aparência era diferente do
retrato que haviam lhe enviado. Fisicamente ela tinha cabelos e olhos castanho
escuro, era baixa, levemente acima do peso, andava mancando visivelmente e,
apesar de não ser feia, era tampouco bonita. De acordo com o
historiador Pedro Calmon, Teresa Cristina não era manca, porém seu jeito
estranho de andar era na verdade o resultado de pernas arqueadas que faziam com
que ela se inclinasse para a esquerda e para a direita enquanto
andava. Foram esmagadas as grandes expectativas de Pedro e ele deixou que
seus sentimentos de revolta e rejeição aparecessem. Ele deixou o navio
após um pequeno intervalo. A rejeição foi tão grande que ela pensou em se jogar
no mar, e o evento tão traumático que ficou gravado em sua memória.
Os brasileiros
esperavam com ansiedade notícias de uma gravidez da imperatriz. Meses se
passaram e Teresa Cristina permaneceu sem engravidar. A verdade era que Pedro
ainda sentia aversão pela esposa e não tinha nenhum desejo em consumar a união.
Pela rejeição do marido, a imperatriz pediu permissão para voltar às Duas
Sicílias. O imperador finalmente consentiu em ter relações sexuais com ela
depois de ficar comovido por sua dor. Mesmo assim, sua atitude com ela
inicialmente ainda se manteve fria.
Apesar do casamento ter começado
de maneira ruim, Teresa Cristina sempre se esforçou para ser uma boa esposa.
Sua constância para cumprir o seu dever e o eventual nascimento de filhos
acabaram amolecendo a atitude de Pedro. Os dois descobriram interesses em
comum, e suas preocupações e alegrias com os filhos acabaram criando um
sentimento de felicidade familiar. Ao todo, a imperatriz deu à luz quatro
filhos: D. Afonso Pedro em fevereiro de 1845, D. Isabel em
julho de 1846, D. Leopoldina em julho de 1847 e D. Pedro
Afonso em julho de 1848.
Sempre apareceu em
público com o marido, que sempre a tratou com respeito e consideração. Com o
tempo Pedro ficou mais maduro e seguro de si passou a tratá-la mais como uma
amiga íntima e companheira do que como esposa.
Na sua
correspondência particular verifica-se que podia ter um temperamento forte, e
algumas vezes entrou em conflito com Pedro, tinha uma vida própria, embora
restrita.
As suas amizades resumiam-se às
suas damas-de-companhia, particularmente D. Josefina da Fonseca Costa. Os
seus criados gostavam dela, era boa juíza de caráter dos visitantes e
cortesãos, além de uma mãe e avó despretensiosa, generosa, bondosa e afetuosa.
Vestia-se e agia
com moderação, usando joias apenas em ocasiões de estado, por vezes passando a
impressão de ser forma uma pessoa triste. Teresa Cristina não tinha interesse
em política, ocupava o seu tempo escrevendo cartas, lendo, fazendo bordados e
comparecendo a obrigações religiosas e projetos de caridade. Tinha uma voz
bonita e praticava canto regularmente, a sua apreciação por música fazia
com que gostasse de ópera e de bailes.
Não lhe faltavam interesses
intelectuais, desenvolveu uma paixão pelas artes e ciências, particularmente em
arqueologia. Teresa Cristina começou a reunir uma coleção de artefatos
arqueológicos dos primórdios do Brasil, trocando outras centenas com seu irmão
o rei Fernando II das Duas Sicílias. Patrocinou estudos arqueológicos e
escavações em sua terra natal e muitos dos artefatos encontrados, datados dos
períodos dos etruscos e da Roma Antiga, foram trazidos para o
Brasil. No seu tempo livre dedicava-se, principalmente, à arte dos mosaicos,
que pessoalmente usou na decoração de fontes, bancos e muros do Jardim das
Princesas no Palácio de São Cristóvão. A imperatriz também ajudou a
recrutar médicos, professores, engenheiros, farmacêuticos, enfermeiras,
artistas, artesãos e trabalhadores italianos qualificados com o objetivo de
melhorar a educação e a saúde pública dos brasileiros.
A imperatriz era
uma esposa obediente, sempre apoiou as decisões do imperador. O casal sofreu
uma dor enorme com a morte de seu filho mais velho Afonso Pedro em junho de
1847.
Um dos motivos,
prováveis, para ela nunca mais ter engravidado, era o fato de que o imperador
ter ficado atraído e interessado por outras mulheres. Teresa
Cristina nunca se manifestou sobre as questões dos relacionamentos extraconjugais
do marido. Em troca, era tratada com enorme respeito e sua posição na corte
nunca foi ameaçada ou questionada.
O Imperador nomeou em 9 de
novembro de 1856 uma aia para suas filhas. A pessoa escolhida
foi Luísa Margarida de Barros, Condessa de Barral, a esposa brasileira de
um nobre francês. A Condessa de Barral tinha todas as características que
o imperador admirava nas mulheres: era charmosa, vivaz, elegante, sofisticada,
culta e confiante. Encarregada da educação e dos cuidados das jovens princesas,
capturou os corações de Pedro e Isabel, a princesa Leopoldina não
foi conquistada, não gostava da condessa.
Quando as filhas cresceram Teresa
Cristina conseguiu-se livrar da presença da condessa. Sem ter motivos para
permanecer na corte, a condessa deixou o Brasil em março de 1865 e voltou para
a França com o marido. Entretanto, a relação dela com Pedro
continuou de maneira epistolar e isso ainda alimentou os ciúmes da imperatriz,
que sempre amou o marido apesar de tudo.
Depois de ter dado à luz quatro
filhos entre 1866 e 1870, Leopoldina morreu de febre
tifoide em 7 de fevereiro de 1871, devastando novamente a
pequena família imperial. Pedro decidiu viajar para a Europa a fim de
"animar" a esposa e entre outros motivos visitar os netos, filhos de
Leopoldina que viviam em Coburgo desde o seu nascimento.
O casal imperial viajou para o
exterior outras vezes em 1876 e entre 1886 e 1887, passando pela América
do Norte, Europa e Oriente Médio. A imperatriz preferia sua vida
ordinária no Brasil, "dedicando-se a família, devoções religiosas e
trabalhos de caridade". Na realidade, visitar sua terra natal trouxe
apenas memórias dolorosas. Sua família havia sido destronada em 1861 e o Reino
das Duas Sicílias fora anexado àquilo que tornaria-se o
unificado Reino da Itália.
A sua rotina doméstica tranquila
terminou abruptamente quando uma facção do exército se rebelou e
depôs Pedro em 15 de novembro de 1889, mandando que toda a
família imperial deixasse o Brasil. De acordo com o historiador
Roderick J. Barman, os "eventos de 15 de novembro de 1889 causaram-lhe um
impacto tanto emocional quanto físico". A imperatriz amava o Brasil e seu
povo. Ela não desejava nada mais do que terminar seus dias na terra que fizera
sua. Com 66 anos de idade e sofrendo de asma cardíaca e artrite,
enfrentava agora a perspectiva de acompanhar o marido num incessante
deslocamento pela Europa, passando seus últimos anos virtualmente sozinha em
aposentos estranhos e desconfortáveis". Teresa Cristina esteve doente
durante toda sua viagem até Lisboa, Portugal, chegando no dia 7 de
dezembro.
A chegada da família imperial a
Lisboa coincidiu com as cerimônias de ascensão do rei D. Carlos I, e logo
o governo português informou Pedro que a presença de um soberano deposto não
era bem-vinda à capital naquele momento. Humilhados pela recepção, o
imperador e a imperatriz foram para a cidade do Porto enquanto que
Isabel e seus filhos partiram para a Espanha.
As ruas do Porto encheram-se de
pessoas que se reuniram para assistir a procissão fúnebre. O corpo de Teresa Cristina
foi levado até a Igreja de São Vicente de Fora, perto de Lisboa e foi
sepultada no Panteão dos Braganças, de acordo com o um pedido de Pedro. Ele
morreu dois anos depois e foi enterrado a seu lado. Os restos mortais do
casal foram posteriormente repatriados para o Brasil em 1921, sendo recebidos
com grande pompa, e missas realizadas em memória dos imperadores. O imperador e
a imperatriz foram sepultados na Catedral de S. Pedro de
Alcântara, em Petrópolis, numa cerimônia em 1939, que teve a presença do
presidente Getúlio Vargas.
As notícias de sua morte
produziram um luto sincero no Brasil. O poeta e jornalista
brasileiro Artur de Azevedo escreveu após sua morte sobre a visão
geral tida sobre Teresa Cristina. Jornais do Brasil
também comentaram a sua morte.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teresa_Cristina_de_Bourbon-Duas_Sic%C3%ADlias
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