Mulher na história Imperatriz Tereza Cristina. - RENATA FONSECA

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Mulher na história Imperatriz Tereza Cristina.

Olá pessoal!

Acompanhando a novela das 18 horas tem mulheres que ficaram na história que eu particularmente só tinha ouvido falar. Não podia deixar passar as histórias dessas importantes mulheres e fiz uma pequena pesquisa.


Teresa Cristina (Nápoles, 14 de março de 1822 – Porto, 28 de dezembro de 1889), apelidada de "Mãe dos Brasileiros", foi a esposa do imperador Pedro II e imperatriz consorte do Império do Brasil de 1842 até a Proclamação da República, em 1889. Nascida como princesa do Reino das Duas Sicílias, era filha do rei Francisco I, pertencente ao ramo italiano da Casa de Bourbon, e de sua esposa, a infanta Maria Isabel da Espanha.

Casou por procuração com Pedro II em 1842. Existe a narrativa de que Pedro ficou insatisfeito com aparência simples da noiva, ao encontrá-la pela primeira vez, entretanto não condiz com o relato de quem esteve presente ao encontro. Eugênio Rodríguez, oficial da Marinha Napolitana que acompanhou a viagem de Teresa Cristina e fez um extenso relato da mesma, registrou que ao se encontrarem estavam bastantes nervosos, e Pedro a abraçou, demonstrando sua ansiedade.

No casamento de Teresa Cristina e Pedro, ao contrário do que se dissemina, havia amor; as cartas de Teresa para Pedro transbordam isso, e Pedro a correspondia, pois mesmo na velhice custavam a se separar. Muito se diz que era passiva, entretanto, dentro do convívio familiar Teresa é tida como "controladora, e quer que tudo vá do seu jeito" como narra sua filha Leopoldina a Condessa De Barral. Teresa foi criada e educada como uma nobre, e os princípios dessa educação era respeito às instituições, consciente de seu papel como Imperatriz, resguardou-se de emitir opiniões, compartilhando suas opiniões sobre política com o marido, o que o auxiliou a tomada de decisões. O que mais contrastava na personalidade de Teresa Cristina era sua amabilidade e simplicidade (não confundir com mediocridade) mesmo sendo Imperatriz do Brasil, com uma educação primorosa, conseguia fazer qualquer um ficar à vontade em sua presença. Dos quatro filhos que Teresa Cristina e Pedro tiveram, dois meninos morreram na infância e uma filha morreu de febre tifoide aos 24 anos.

A família imperial brasileira foi exilada em 1889, depois da Proclamação da República por oficiais militares. Ser exilada de sua terra adotiva teve um efeito devastador em sua saúde e em seu espírito. Adoeceu, e em lamentação, morreu de uma paragem cardiorrespiratória no dia 28 de dezembro de 1889, na cidade do Porto, Portugal. Foi muito amada e respeitada pelos seus súditos, em vida e depois de sua morte, e era respeitada até pelos republicanos que derrubaram o império. Teresa Cristina é bem vista por historiadores por causa de sua personalidade, comportamento irrepreensível e patrocínio da cultura brasileira.

A historiografia conta que Teresa Cristina foi educada em isolamento, em num ambiente de superstição religiosa, intolerância e conservadorismo. Há descrições sobre ela evidenciando uma personalidade tímida e suave. Foi descrita como sendo um pouco apagada, tendo-se acostumado a ficar satisfeita com qualquer circunstância que viesse a encontrar.

Alguns historiadores mais recentes tiveram uma visão modificada tanto da corte napolitana, como um regime reacionário e até da passividade de Teresa Cristina. O historiador Aniello Angelo Avella afirma que a interpretação difamada dos Bourbon de Nápoles tem suas origens nas perspectivas geradas no século XIX depois da conquista das Duas Sicílias pelo Reino da Sardenha em 1861, durante a unificação italiana. É revelado em suas cartas pessoais que ela tinha um temperamento forte.

De acordo com Avella, Teresa Cristina não era uma mulher submissa e sim uma pessoa respeitadora do papel imposto pela ética e pelos valores da época".

Vincenzo Ramírez, embaixador das Duas Sicílias no Império Austríaco, se reuniu em Viena no início da década de 1840 com Bento da Silva Lisboa, 2.º Barão de Cairu, o enviado brasileiro encarregado de encontrar uma esposa para o jovem imperador D. Pedro II do Brasil. Até então, todas as casas reais procuradas mostraram-se reticentes já que temiam que Pedro II fosse desenvolver uma personalidade semelhante à de seu pai D. Pedro I, conhecido por sua inconsistência e por ter várias amantes. Ramírez não deu muita importância para a reputação do monarca e propôs a mão de Teresa Cristina ao imperador. Por fazer parte de uma família grande, e assim capaz apenas de um dote, as perspectivas de casar a princesa com o imperador não podiam ser postas de lado tão facilmente.

Um casamento por procuração foi realizado em Nápoles no dia 30 de maio de 1842, o imperador foi representado pelo príncipe Leopoldo, Conde de Siracusa e irmão da noiva. Uma frota brasileira formada por uma fragata e duas corvetas partiu em 3 de março para as Duas Sicílias a fim de trazer a nova imperatriz até o Brasil. Ela chegou ao Rio de Janeiro em 3 de setembro. Pedro imediatamente correu para dentro do navio para receber a esposa. Teresa Cristina se apaixonou à primeira vista por seu marido.

Pedro, então com dezessete anos, ficou claramente muito desapontado. Suas primeiras impressões eram apenas de seus defeitos físicos e também o quanto sua aparência era diferente do retrato que haviam lhe enviado. Fisicamente ela tinha cabelos e olhos castanho escuro, era baixa, levemente acima do peso, andava mancando visivelmente e, apesar de não ser feia, era tampouco bonita. De acordo com o historiador Pedro Calmon, Teresa Cristina não era manca, porém seu jeito estranho de andar era na verdade o resultado de pernas arqueadas que faziam com que ela se inclinasse para a esquerda e para a direita enquanto andava. Foram esmagadas as grandes expectativas de Pedro e ele deixou que seus sentimentos de revolta e rejeição aparecessem. Ele deixou o navio após um pequeno intervalo. A rejeição foi tão grande que ela pensou em se jogar no mar, e o evento tão traumático que ficou gravado em sua memória.

Os brasileiros esperavam com ansiedade notícias de uma gravidez da imperatriz. Meses se passaram e Teresa Cristina permaneceu sem engravidar. A verdade era que Pedro ainda sentia aversão pela esposa e não tinha nenhum desejo em consumar a união. Pela rejeição do marido, a imperatriz pediu permissão para voltar às Duas Sicílias. O imperador finalmente consentiu em ter relações sexuais com ela depois de ficar comovido por sua dor. Mesmo assim, sua atitude com ela inicialmente ainda se manteve fria.

Apesar do casamento ter começado de maneira ruim, Teresa Cristina sempre se esforçou para ser uma boa esposa. Sua constância para cumprir o seu dever e o eventual nascimento de filhos acabaram amolecendo a atitude de Pedro. Os dois descobriram interesses em comum, e suas preocupações e alegrias com os filhos acabaram criando um sentimento de felicidade familiar. Ao todo, a imperatriz deu à luz quatro filhos: D. Afonso Pedro em fevereiro de 1845, D. Isabel em julho de 1846, D. Leopoldina em julho de 1847 e D. Pedro Afonso em julho de 1848.

Sempre apareceu em público com o marido, que sempre a tratou com respeito e consideração. Com o tempo Pedro ficou mais maduro e seguro de si passou a tratá-la mais como uma amiga íntima e companheira do que como esposa.

Na sua correspondência particular verifica-se que podia ter um temperamento forte, e algumas vezes entrou em conflito com Pedro, tinha uma vida própria, embora restrita.

As suas amizades resumiam-se às suas damas-de-companhia, particularmente D. Josefina da Fonseca Costa. Os seus criados gostavam dela, era boa juíza de caráter dos visitantes e cortesãos, além de uma mãe e avó despretensiosa, generosa, bondosa e afetuosa.

Vestia-se e agia com moderação, usando joias apenas em ocasiões de estado, por vezes passando a impressão de ser forma uma pessoa triste. Teresa Cristina não tinha interesse em política, ocupava o seu tempo escrevendo cartas, lendo, fazendo bordados e comparecendo a obrigações religiosas e projetos de caridade. Tinha uma voz bonita e praticava canto regularmente, a sua apreciação por música fazia com que gostasse de ópera e de bailes.

Não lhe faltavam interesses intelectuais, desenvolveu uma paixão pelas artes e ciências, particularmente em arqueologia. Teresa Cristina começou a reunir uma coleção de artefatos arqueológicos dos primórdios do Brasil, trocando outras centenas com seu irmão o rei Fernando II das Duas Sicílias. Patrocinou estudos arqueológicos e escavações em sua terra natal e muitos dos artefatos encontrados, datados dos períodos dos etruscos e da Roma Antiga, foram trazidos para o Brasil. No seu tempo livre dedicava-se, principalmente, à arte dos mosaicos, que pessoalmente usou na decoração de fontes, bancos e muros do Jardim das Princesas no Palácio de São Cristóvão. A imperatriz também ajudou a recrutar médicos, professores, engenheiros, farmacêuticos, enfermeiras, artistas, artesãos e trabalhadores italianos qualificados com o objetivo de melhorar a educação e a saúde pública dos brasileiros.

A imperatriz era uma esposa obediente, sempre apoiou as decisões do imperador. O casal sofreu uma dor enorme com a morte de seu filho mais velho Afonso Pedro em junho de 1847.

Um dos motivos, prováveis, para ela nunca mais ter engravidado, era o fato de que o imperador ter ficado atraído e interessado por outras mulheres. Teresa Cristina nunca se manifestou sobre as questões dos relacionamentos extraconjugais do marido. Em troca, era tratada com enorme respeito e sua posição na corte nunca foi ameaçada ou questionada.

O Imperador nomeou em 9 de novembro de 1856 uma aia para suas filhas. A pessoa escolhida foi Luísa Margarida de Barros, Condessa de Barral, a esposa brasileira de um nobre francês. A Condessa de Barral tinha todas as características que o imperador admirava nas mulheres: era charmosa, vivaz, elegante, sofisticada, culta e confiante. Encarregada da educação e dos cuidados das jovens princesas, capturou os corações de Pedro e Isabel, a princesa Leopoldina não foi conquistada, não gostava da condessa. 

Quando as filhas cresceram Teresa Cristina conseguiu-se livrar da presença da condessa. Sem ter motivos para permanecer na corte, a condessa deixou o Brasil em março de 1865 e voltou para a França com o marido. Entretanto, a relação dela com Pedro continuou de maneira epistolar e isso ainda alimentou os ciúmes da imperatriz, que sempre amou o marido apesar de tudo.

Depois de ter dado à luz quatro filhos entre 1866 e 1870, Leopoldina morreu de febre tifoide em 7 de fevereiro de 1871, devastando novamente a pequena família imperial. Pedro decidiu viajar para a Europa a fim de "animar" a esposa e entre outros motivos visitar os netos, filhos de Leopoldina que viviam em Coburgo desde o seu nascimento.

O casal imperial viajou para o exterior outras vezes em 1876 e entre 1886 e 1887, passando pela América do Norte, Europa e Oriente Médio. A imperatriz preferia sua vida ordinária no Brasil, "dedicando-se a família, devoções religiosas e trabalhos de caridade". Na realidade, visitar sua terra natal trouxe apenas memórias dolorosas. Sua família havia sido destronada em 1861 e o Reino das Duas Sicílias fora anexado àquilo que tornaria-se o unificado Reino da Itália.

A sua rotina doméstica tranquila terminou abruptamente quando uma facção do exército se rebelou e depôs Pedro em 15 de novembro de 1889, mandando que toda a família imperial deixasse o Brasil.  De acordo com o historiador Roderick J. Barman, os "eventos de 15 de novembro de 1889 causaram-lhe um impacto tanto emocional quanto físico". A imperatriz amava o Brasil e seu povo. Ela não desejava nada mais do que terminar seus dias na terra que fizera sua. Com 66 anos de idade e sofrendo de asma cardíaca e artrite, enfrentava agora a perspectiva de acompanhar o marido num incessante deslocamento pela Europa, passando seus últimos anos virtualmente sozinha em aposentos estranhos e desconfortáveis". Teresa Cristina esteve doente durante toda sua viagem até Lisboa, Portugal, chegando no dia 7 de dezembro.

A chegada da família imperial a Lisboa coincidiu com as cerimônias de ascensão do rei D. Carlos I, e logo o governo português informou Pedro que a presença de um soberano deposto não era bem-vinda à capital naquele momento. Humilhados pela recepção, o imperador e a imperatriz foram para a cidade do Porto enquanto que Isabel e seus filhos partiram para a Espanha.

As ruas do Porto encheram-se de pessoas que se reuniram para assistir a procissão fúnebre. O corpo de Teresa Cristina foi levado até a Igreja de São Vicente de Fora, perto de Lisboa e foi sepultada no Panteão dos Braganças, de acordo com o um pedido de Pedro. Ele morreu dois anos depois e foi enterrado a seu lado. Os restos mortais do casal foram posteriormente repatriados para o Brasil em 1921, sendo recebidos com grande pompa, e missas realizadas em memória dos imperadores. O imperador e a imperatriz foram sepultados na Catedral de S. Pedro de Alcântara, em Petrópolis, numa cerimônia em 1939, que teve a presença do presidente Getúlio Vargas.

As notícias de sua morte produziram um luto sincero no Brasil. O poeta e jornalista brasileiro Artur de Azevedo escreveu após sua morte sobre a visão geral tida sobre Teresa Cristina. Jornais do Brasil também comentaram a sua morte.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teresa_Cristina_de_Bourbon-Duas_Sic%C3%ADlias


 

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