Diva da música: Alcione - RENATA FONSECA

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Diva da música: Alcione

Olá pessoal!

Vamos saber um pouco sobre a Marrom conhecida também como Alcione.

Eu adoro Alcione! Ouvia muito quando era criança.

Que cantora! Uma diva da música brasileira!

 

Alcione Dias Nazareth nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 21 de novembro de 1947. O nome de batismo foi ideia do pai, inspirado na personagem Alcione, a protagonista do romance espírita Renúncia, psicografado por Chico Xavier. Ela é a quarta dos nove irmãos. Alcione tem mais nove irmãos que seu pai teve com outras mulheres. Sua mãe chegou a amamentar algumas dessas crianças, por considerar que as crianças não poderiam ser culpadas pelas traições do marido.

Desde pequena, graças ao pai policial e integrante da banda de sua corporação, João Carlos Dias Nazareth, inserida no meio musical maranhense, Alcione fez sua primeira apresentação já aos doze anos. O pai foi mestre da banda da Polícia Militar do Maranhão e professor de música. Além disso, foi compositor e entusiasta do bumba meu boi, folguedo típico da capital maranhense. Foi ele quem lhe ensinou, ainda cedo, a tocar diversos instrumentos de sopro, como o trompete e clarinete que começou a praticar aos nove anos.

Com essa idade, tocava e cantava em festas de amigos e familiares, e na Queimação de Palhinha da festa do Divino Espírito Santo. Sua mãe, Filipa Teles Rodrigues, entretanto, guardava o desejo de que a filha aprendesse a tocar acordeão ou piano. Não queria que Alcione aprendesse a tocar instrumentos de sopro temendo que a filha ficasse tuberculosa, crendice comum à época.


Sua primeira apresentação profissional foi aos 12 anos, na Orquestra Jazz Guarani, regida por seu pai. Certa noite, o crooner da orquestra ficou rouco, sendo substituído pela menina. Na ocasião, cantou a canção "Pombinha Branca" e o fado "Ai, Mouraria".

Alcione afirmou que seu pai era "bom homem" e incentivava as filhas a serem independentes desde muito cedo, a nunca obedecerem a homem nenhum, além de lhes ensinar valores morais rígidos.  Aos 18 anos de idade formou-se como professora primária na Escola de Curso Normal. Lecionou por dois anos, quando foi demitida aos 20 anos, por ensinar a seus alunos como se tocava trompete, que seu pai lhe ensinou quando pequena, querendo passar o aprendizado que recebeu, mas isso não agradou a direção da escola, que na época era muito rígida.

Conseguiu uma vaga em um sorteio e apresentou-se na TV do Maranhão. Ficou fixa na TV, apresentando-se lá nos anos 1960 até o início dos anos 1970, também cantava em bares e boates em várias cidades do Maranhão. Querendo alcançar rumos maiores, Alcione mudou-se para o Rio de Janeiro em 1972.

Não conhecia nada no Rio e quem a ajudou a se estabelecer foi seu amigo, o cantor Everaldo. Com ajuda dele também, Alcione começou cantando na noite, ocasião em que Everardo lhe apresentou as boates e bares da cidade. Ensaiava no Little Club, boate situada no conhecido Beco das Garrafas, reduto histórico do nascimento da bossa nova, em Copacabana. Cantou também em boates como Barroco, Bacarat, Holiday e Bolero.

Começou a se inscrever em programas de calouros, e foi sendo chamada para se apresentar. Venceu as duas primeiras eliminatórias do programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti. Assinou o primeiro contrato profissional com essa TV, apresentando-se no programa Sendas do Sucesso.

Depois de seis meses na emissora, realizou turnê por quatro meses pela América Latina, sendo a primeira vez que saiu do Brasil. Após ter feito excursão também por países da América do Sul, recebeu proposta de turnê na Itália, e assim morou na Europa por dois anos. Voltou ao Brasil em 1972.

Alcione visitou a quadra da Estação Primeira de Mangueira pela primeira vez em 1974 e logo foi convidada a desfilar. Na concentração, a ausência de um destaque levou a bela estreante ao alto de um carro alegórico. Desde então, a cantora é membro destacado da escola. Em 1987, participou da fundação da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã, e hoje é presidente de honra do grupo.

Em 1989 foi homenageada pela escola de samba Independentes de Cordovil, no então chamado grupo 2, a segunda divisão do Carnaval carioca, com o enredo "Marrom som Brasil". Posteriormente, em 1994 foi novamente homenageada pela tradicional Unidos da Ponte, desta vez no grupo especial do Carnaval carioca, como enredo "Marrom da cor do samba". Em 2018, a tradicional escola de samba de São Paulo, Mocidade Alegre, homenageou os 70 anos de vida e os 45 anos de carreira de Alcione, com o enredo "A voz marrom que não deixa o samba morrer".

Alcione já interpretou sambas de exaltação às escolas de samba: Estação Primeira de Mangueira, Mocidade Independente de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha do Governador, Beija-flor de Nilópolis e Portela.

Alcione nunca se casou oficialmente, apenas manteve relacionamentos estáveis. Ao decidir ter um filho, descobriu que não poderia ser mãe devido à endometriose e a SOP. Tentou tratamentos laboratoriais, como inseminação, além de operações espirituais, mas não obteve êxito em nenhuma tentativa.

Devido a um tumor na laringe, desenvolveu uma paralisia nas cordas vocais, e a medicina informou que só poderia cantar por mais um ano. Para tentar reverter o quadro, operou espiritualmente em um centro kardecista com Dr. Fritz, uma entidade espiritual. Após operar-se, seguiu o ritual, e ficou calada por três dias. Surpreendendo os médicos, Alcione se curou e pôde continuar a cantar sem restrições, como sempre fez. A partir deste milagre, parou de consumir álcool e devido à cura de sua garganta, converteu-se ao espiritismo. Em entrevistas revelou ter sido criada no catolicismo e que nunca fumou, e que nunca pensou em mudar de religião até obter seu milagre de cura.

Em entrevistas informou que todos os dias ora agradecendo a Deus pelo dom de cantar, já que nunca fez aula de canto.


 

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