Depois de assistir a
série percebi que nunca tinha feito nenhuma pesquisa sobre ele. Não encontrei
muitas coisas pois vivia uma vida discreta.
Sobre Cristóbal
Cristóbal Balenciaga
Eizaguirre (Getaria, 21
de janeiro de 1895 — Valência, 23 de
março de 1972) foi um estilista espanhol e o fundador
da casa de moda Balenciaga.
Nascido em uma pequena localidade no País
Basco, em uma família humilde e muito católica, Cristóbal Balenciaga era
filho de um pescador e de uma costureira, com quem passava a
maior parte do tempo enquanto ela trabalhava. Aos doze anos de idade, ele
começou a trabalhar como aprendiz de alfaiate. Quando adolescente, a marquesa de
Casa Torres tornou-se sua cliente e patrona. Ela mandou-o a Madri, onde
recebeu treinamento profissional.
Para o costureiro, Paris dificilmente
representava novidades ou desafios. Desde que abriu seu primeiro ateliê na
Espanha – seriam três no futuro –, em 1917, Balenciaga visitava a capital
francesa duas vezes por ano, onde comprava moldes de grandes nomes, como
Vionnet e Lanvin, para reproduzir e vender vestidos em sua terra natal.
A família real espanhola e a aristocracia usavam suas roupas, mas quando a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) explodiu, Balenciaga foi obrigado a fechar suas lojas e partir para Paris. Lá abriu uma loja na Avenue George V em agosto de 1937.
Panorâmica do salão fincado no primeiro andar do ateliê de Cristóbal Balenciaga em Paris, em clique de 1937 |
O endereço que escolheu para trabalhar,
comprado com a ajuda dos sócios, o empresário Wladzio d’Attainville e o
designer Nicolas Bizcarrondo, também facilitou seu sucesso inicial. Rodeado de
outros estabelecimentos de luxo e próximo aos lugares frequentados pela elite
espanhola imigrante, como a Pont de l’Alma, ali era o local ideal para atrair
as primeiras clientes.
Durante toda a vida, Balenciaga foi avesso às propagandas e aos anúncios. Seu talento e suas criações comunicavam o necessário para fazer dele uma lenda na cidade e um desejo nos guarda-roupas das mulheres mais refinadas. Uma equipe de vendedoras, responsáveis pela relação das clientes com o ateliê. Em 1937, eram três: Florette, Marthe e Maria. A primeira continuou ao lado de Cristóbal durante as mais de três décadas em que a maison ficou aberta.
A escolha de materiais luxuosos também impressionava na obra do costureiro. Ainda em 1938, cetins, lamês, tules, veludos e rendas flertavam com uma sugestão de excentricidade artística e aristocrática que compradores e imprensa rapidamente associavam com suas origens espanholas. O visual final, porém, trazia à realidade o lado austero e discreto, tomado de tons neutros e negros, presentes ao longo de toda a sua produção.
Foi somente a partir do período pós-guerra que Balenciaga se tornou um estilista original e reconhecido. Em 1951, ele transformou totalmente a silhueta, alargou os ombros e removeu a cintura de suas criações. Em 1955, desenhou o vestido de túnica, que, mais tarde, virou o vestido chemise de 1957. Em 1959, seu trabalho tornou-se um império, com vestidos de cintura alta e casacos cortados como quimonos. Tais criações são consideradas obras-primas da alta costura das décadas de 1950 e 1960.
Vestidos de Cristóbal Balenciaga concebidos para a Harrods, em 1938 |
Balenciaga também deu aulas de moda, inspirando
outros estilistas como Oscar de la Renta, André
Courrèges, Emanuel Ungaro e Hubert de Givenchy.
Igor Uria Zubizarreta, diretor de coleções no Museu Cristóbal Balenciaga, em Getaria, explica que “Balenciaga fazia a mesma silhueta que os outros, mas com detalhes que atestavam seu diferencial”.
A principal expressão desses detalhes estava nas combinações de cores, entre as quais o especialista ressalta “o branco e o preto, o preto e o rosa, e o branco e o vinho”. A mistura com a rosa atraiu atenção especial da imprensa e dos compradores, que costumavam adquirir modelos originais para vender reproduções licenciadas, e mais baratas, em outros países.
Seu principal atributo, entretanto, foi a preocupação com a construção e estrutura das peças, característica que não surgiu em Paris. “As peças anteriores a 1937 mostram a importância do corte para ele. Nos croquis dos anos 1930, o detalhe mais importante era o corte do vestido e a direção do tecido. Ele era um minimalista e prezava pelo menor número de costuras possíveis em cada peça”, explica o diretor da instituição.
Em termos modernos, pode-se dizer que Balenciaga era adepto do conforto. Distante das silhuetas mais firmes de Christian Dior, que viria a ser seu principal rival no período pós-Guerra, o espanhol costurava para facilitar o movimento – ideal herdado de suas grandes referências: Madeleine Vionnet, Louise Boulanger e Coco Chanel.
Em 1968, Balenciaga fechou sua casa de moda ao perceber o advento do Prêt-à-porter, iniciado pelos franceses. Depois de décadas vestindo as socialites e os aristocratas mais elegantes do mundo, o “maestro da moda”, como Christian Dior o chamava, deixava definitivamente a cena da alta-costura.
Faleceu pouco tempo depois, aos setenta e sete anos de idade.
Hoje, a casa de moda Balenciaga está sob a direção do belga Demna Gvasalia, e pertence ao Grupo Gucci desde 2001.
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%B3bal_Balenciaga
https://elle.com.br/moda/balenciaga-um-espanhol-em-paris
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