Mulher na história: Luísa Mahin - RENATA FONSECA

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Mulher na história: Luísa Mahin

Olá pessoal!

Uma mulher controversa, não se sabe realmente a origem, mas uma mulher que ficou na história. Participou das revoltas mais importantes aqui na Bahia.

Um pouco sobre Luísa Mahin.



Luísa Mahin — talvez nascida no início do século XIX (possivelmente em 1812) -, foi uma personagem histórica de existência controversa, uma ex-escrava de origem africana, radicada no Brasil, que teria tomado parte na articulação dos levantes de escravos que sacudiram a Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. Não existe, no entanto, qualquer indício de sua participação nas revoltas, o que leva alguns historiadores a considerá-la uma espécie de alter ego do escritor Luís Gama.

Sua origem é incerta, não se sabe se teria nascido na Costa da Mina, na África, ou na Bahia. Membro do povo maí, de onde vem seu sobrenome, Luísa Mahin comprou sua alforria em 1812. Livre, tornou-se quituteira em Salvador. Ela teve um filho, o poeta e abolicionista Luís Gama.

Com poucas fontes históricas a seu respeito, são pelos textos de seu filho, o advogado, poeta e abolicionista Luiz Gama, que conhecemos um pouco melhor sua
vida. Em sua "Carta a Lúcio de Mendonça", Gama a descreve como "uma negra, africana-livre, da Costa-da-Mina (Nagô de Nação), de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã".

Luísa esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. De seu tabuleiro, eram distribuídas as mensagens em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriam quitutes. Desse modo, esteve envolvida na Revolta dos Malês (1835) e na Sabinada (1837-1838). Sua casa foi transformada no quartel general destas revoltas.

Foi perseguida, logrando evadir-se para o Rio de Janeiro, onde foi encontrada, detida e, possivelmente, deportada para Angola, de acordo com relatos de quem a conheceu. Não existe, entretanto, nenhum documento que comprove essa informação. Alguns autores acreditam que ela tenha conseguido fugir para o Maranhão, onde, com sua influência, tenha sido desenvolvido o tambor de crioula.

Possivelmente, Luiza Mahin comprou sua alforria ainda no século 19 e tornou-se quitandeira, informação confirmada nos escritos do filho.

Segundo dados da Fundação Cultural Palmares, Luiza Mahin distribuía informações em árabe disfarçadas nas tabuletas em que vendia seus quitutes. Assim, teria
articulado a Revolta dos Malês, maior levante de escravizados da história do Brasil, organizada por negros muçulmanos, e a Sabinada, revolta separatista ocorrida
na Bahia entre 1837-1838.

Era mui bela e formosa,
Era a mais linda pretinha,
Da adusta Líbia rainha,
E no Brasil pobre escrava!
Oh, que saudade que eu tenho
Dos seus mimosos carinhos,
Quando c'os tenros filhinhos
Ela sorrindo brincava.
LUIZ GAMA NO POEMA "MINHA MÃE"

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADsa_Mahin


 

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