Olá pessoal!
Conheci um pouco da história de Nellie Bly no programa
Cozinha pratica de Rita Lobo que fez a série Cardápios com história. Fiquei
impressionada e pesquisei um pouco mais sobre essa mulher incrível.
Elizabeth Cochran Seaman (Armstrong, 5 de maio de 1864- Nova
Iorque, 27 de janeiro de 1922), mais conhecida pelo pseudônimo Nellie Bly, foi
uma jornalista estadunidense. Foi também escritora, inventora, administradora e
voluntária em obras de caridade, mais conhecida por sua viagem de
circunavegação do globo em 72 dias, simulando a viagem ficcional de Phileas
Fogg, no livro de Júlio Verne. Foi também pioneira nas reportagens
investigativas, fingindo insanidades para estudar uma instituição para
tratamento de doentes mentais por dentro.
Nascida em "Cochran's Mills", hoje uma parte de
Pittsburgh.[5][6][7] Seu pai, Michael Cochran, trabalhava em um moinho e era
casado com Mary Jane. Ele era um imigrante irlandês, vindo do Condado de Derry.
Michael ensinou a seus filhos o valor do trabalho honesto e da determinação,
comprando o moinho e boa parte do terreno em volta para constituir a fazenda de
sua família. Nellie chegou a frequentar um internato por um semestre, mas foi
forçada a largar por falta de dinheiro.
Em 1880, Nellie e a família se mudaram para Pittsburgh. Uma coluna
misógina e agressiva chamada "What Girls Are Good For", no jornal
Pittsburgh Dispatch a incentivou a escrever uma carta incisiva ao editor contra
a coluna, sob o pseudônimo de "Solitária Garota Órfã". O editor,
George Madden, impressionado com a carta apaixonada publicou um anúncio no
jornal pedindo que a autora se identificasse. Quando Nellie se apresentou ao
editor, ele lhe ofereceu uma oportunidade de escrever para o jornal, sob o
mesmo pseudônimo que ela usou na carta. Depois de seu primeiro artigo para o
jornal, escrito "The Girl Puzzle", o editor teria ficado ainda mais
impressionado com a qualidade da escrita de Nellie e ofereceu-lhe um trabalho
em tempo integral. Era comum que quem escrevesse para jornais, especialmente
mulheres, usassem pseudônimos. Ela escolheu "Nelly Bly", mas o editor
escreveu "Nellie" e o erro ficou.
Seu trabalho no jornal focava na situação das mulheres trabalhadoras,
escrevendo uma série de artigos investigativos sobre as mulheres que
trabalhavam em fábricas, mas os editores a pressionaram para fazer colunas
sobre moda, sociedade e jardinagem, o papel comum de mulheres jornalistas na
época. Insatisfeita com essas tarefas, ela tomou a iniciativa de viajar para o
México para ser correspondente internacional. Com apenas 21 anos, ela passou
cerca de seis meses escrevendo sobre a vida e a cultura do povo mexicano. Seus
textos foram posteriormente publicados em um livro chamado Six Months in
Mexico, em 1888. Alguns de seus textos ela critica a prisão de jornalistas
locais, o governo mexicano e a ditadura de Porfirio Díaz e quando as
autoridades mexicanas souberam de seus textos, ameaçaram Nellie de prisão,
convidando-a a se retirar do país. A salvo em casa, ela denunciou Díaz como um
tirano que oprimia o povo mexicano e controlava a imprensa com uma censura
severa.
Cansada dos textos sobre artes e teatro, ela se
demitiu do Pittsburgh Dispatch em 1887 e foi para Nova York. Sem dinheiro por
vários meses, ela buscou o escritório do jornal de Joseph Pulitzer, o New York
World, e aceitou um trabalho de jornalista disfarçada. Ela teria que se passar
por louca para investigar denúncias de brutalidade e negligência no hospital
psiquiátrico para mulheres na Ilha Blackwell.
Após uma noite praticando expressões na frente do espelho, ela se
registrou em uma pensão. Recusando-se a ir para a cama, dizendo que tinha medo,
que eles pareciam loucos, os donos da pensão decidiram que ela parecia louca e
na manhã seguinte chamaram a polícia. Levada à corte, Nellie alegou não se
lembrar de nada da noite anterior e o juiz concluiu que ela estava sob a ação
de drogas. Sendo examinada por vários médicos, todos as declararam
"insana". O caso da "bela moça louca" atraiu a atenção da
mídia, onde até o jornal The New York Times questionava quem era a misteriosa
garota sem memória.
Internada em um hospital psiquiátrico, Nellie teve uma visão das
condições da instituição em primeira mão. A comida era arroz, carne estragada,
pão seco e água intragável. Os pacientes mais perigosos eram amarrados uns aos
outros com cordas. As pacientes em geral eram obrigadas a ficar sentadas em
bancos duros durante o dia inteiro, sem nenhuma proteção contra o frio. Esgoto
corria pelo refeitório e pela cozinha. Ratos percorriam os corredores e os
quartos. A água para o banho era gelada e jogada sobre a cabeça das pacientes
com baldes. As enfermeiras eram abusivas, grosseiras, gritavam para que as
pacientes calassem a boca, batendo nelas caso não o fizessem. Conversando com
algumas pacientes, ela teve certeza de que muitas não eram insanas ou loucas e
estavam internadas contra a vontade.
Depois de 10 dias no hospital, Nellie recebeu alta. Sua reportagem
publicada posteriormente em livro, chamado Dez Dias em Um Hospício, causou um
furor na opinião pública e elevou o nome de Nellie ao estrelato. Médicos e
funcionários tentaram explicar o quão decepcionados estavam com o relato,
enquanto promotores lançaram uma investigação sobre as condições no hospital
psiquiátrico, convidando Nellie para participar. Eles elaboraram um relatório
recomendando mudanças extensas no tratamento dado às pacientes e aumentaram o
orçamento do Departamento de Correções e Caridade em 850 mil dólares. O
relatório também exigia que apenas pessoas severamente doentes fossem enviadas
aos hospitais.
Em 1888, Nellie sugeriu a seu editor no New York World que ela deveria
fazer uma volta ao mundo, em uma tentativa de recriar a viagem fictícia
imaginada por Júlio Verne. Um ano depois, em 14 de novembro de 1889, ela
embarcou no navio a vapor Augusta Victoria e iniciou sua jornada de 40 mil
quilômetros, levando uma pequena bagagem de mão com roupas íntimas, um casaco
de inverno, o vestido que usava e artigos de higiene, além de uma bolsa com 200
libras, ouro e alguns dólares.
A Cosmopolitan colocou uma de suas repórteres, Elizabeth Bisland, para
tentar bater o recorde do livro e de Nellie Bly, começando pelo outro lado do
mundo, oposto à viagem de Nellie. Para manter o interesse dos leitores, o
jornal organizou uma aposta na qual os leitores teriam que estimar quanto tempo
Nellie levaria para completar a viagem, tendo que acertar até os segundos,
concorrendo a uma viagem para a Europa e dinheiro.
Nellie esteve na Inglaterra, França, onde conheceu Júlio Verne, em
Amiens, Brindisi, Canal de Suez, Colombo, Penang, Singapura, Hong Kong e Japão.
Com a evolução da tecnologia de telégrafos, com cabos submarinos, Nellie podia
mandar relatórios atualizados de sua jornada para os Estados Unidos. Utilizando
navios a vapor e ferrovias, muitas vezes sua viagem era interrompida pela pobre
estrutura viária de alguns países.
Por conta do mau tempo, Nellie chegou a San Francisco pelo RMS Oceanic,
da linha White Star, em 21 de janeiro de 1890, dois dias antes do previsto.
Durante essas paradas, visitou uma colônia de leprosos na China. O dono do
jornal porém pagou por um vagão especial para trazê-la para casa através do
país e ela chegou em Nova Jersey em 25 de janeiro de 1890. Cerca de 72 dias
depois de sua partida em Hoboken, ela estava de volta. Nellie circunavegou o
globo, viajando praticamente sozinha em toda sua jornada. Na época, a repórter
da Cosmopolitan ainda estava atravessando o Atlântico, chegando em Nova York
quatro dias e meio depois.
Em 1895, Nellie se casou com o industrial
milionário, Robert Seaman. Nellie tinha 31 anos e Seaman tinha 73 quando se
casaram. Com o casamento, ela se aposentou do jornalismo, tornando-se
presidente da Iron Clad Manufacturing Co., que fabricava contêineres para latas
de leite e chaleiras. Em 1904, seu marido faleceu. Nellie foi inventora
prolífica neste período, tendo recebido patentes para embalagens de leite e
cestos de lixo.
Por um tempo, ela foi a única mulher a liderar uma indústria no país, mas o desfalque aos empregados causou a falência da empresa. Isso a forçou a retornar ao jornalismo, escrevendo relatos do front oriental durante a Primeira Guerra Mundial. Ela brilhantemente cobriu a Parada Sufragista de 1913, prevendo em seu texto que logo as mulheres poderiam votar nos Estados Unidos.
Nellie faleceu em Nova York, em 27 de janeiro de 1922, no Hospital St. Mark, de pneumonia. Ela foi sepultada em um túmulo modesto no Cemitério de Woodlawn, no Bronx.
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nellie_Bly
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