Mulher na história: Martha Vasconcellos Miss Universo de 1968 - RENATA FONSECA

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Mulher na história: Martha Vasconcellos Miss Universo de 1968

Olá pessoal!

Há muito tempo atrás os concursos de Miss faziam sucesso! Lembro-me de quando eu era criança todos paravam para assistir o concurso que passava na TV.

Vamos saber um pouco sobre a baiana que trouxe a coroa de Miss Universo para o Brasil.



Martha Maria Cordeiro Vasconcellos (Salvador18 de junho de 1948) foi Miss Brasil e Miss Universo de 1968. Ex-professora e formada em Psicologia, foi a segunda e última brasileira a conquistar a coroa de Miss Universo, em Miami BeachEstados Unidos, em 13 de julho de 1968, vencendo 64 candidatas de todo o mundo.
Antes de participar do Miss Bahia em junho de 1968, Martha, que era professora de alfabetização em Salvador, enfrentou a resistência da família. O pai, Ivo de Sá Vasconcellos, um reputado advogado baiano de costumes conservadores, não queria ver a filha desfilando de maiôs em passarelas e Martha, para contrariá-lo, inscreveu-se no Miss Bahia, após insistentes pedidos de uma prima por parte de sua mãe, e venceu o concurso. O título baiano só fez aumentar a dificuldade de Martha com a objeção do pai, que não quis permitir que a filha participasse do Miss Brasil. Foi necessária a intervenção do governador da Bahia, Lomanto Júnior, para que Martha pudesse viajar para o Rio, onde foi acompanhada da secretária da esposa do governador, já que sua mãe não quis fazer o papel de "mãe de miss". No estádio do Maracanazinho, na cidade do Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1968 ela se tornou a terceira baiana a vencer o título nacional, derrotando outras 24 candidatas, entre elas Maria da Glória Carvalho, eleita meses mais tarde Miss Beleza Internacional.
Depois de mais uma vez conseguir dobrar o pai, que se recusava a assinar seu passaporte para permitir seu embarque para representar o Brasil no Miss Universo, Martha chegou a Miami Beach no início de julho. Seus cabelos castanhos pele muito branca, olhos verdes e corpo perfeito fizeram sucesso entre a imprensa local, que a elegeu como uma das latinas favoritas. Como um tipo de presságio de sua vitória, o tema da produção do concurso foi South American Extravaganza e as candidatas no palco cantaram músicas da Bossa Nova em português, como "Mas que Nada", de Jorge Ben.
As cinco finalistas foram, além de Martha, misses FinlândiaEUAVenezuela e Miss Curaçao, Anne Marie Braafheid, a primeira negra a chegar ao Top 5 de um concurso de Miss Universo e que acabou em segundo lugar. Recebendo a notícia da vitória pelo anúncio de Bob Barker quase em estado de choque, Martha foi coroada pela Miss Universo 1967. 
Durante seu reinado, entre as diversas viagens que fez, ela esteve com o Papa Paulo VI no dia de Natal de 1968, visitou a NASA como convidada de honra e virou nome de viaduto em Salvador. No dia a dia da vida como Miss Universo, porém, ela deixou opiniões controversas entre aquelas que a acompanharam. Desde a primeira noite após a coroação, Martha sofreu com saudades de casa e do namorado desde a adolescência, tendo crises de choro contínuas. Sua relação com suas damas de companhia oficiais (chaperones) da organização Miss Universo não foi das melhores.  
Ao fim do reinado, Martha voltou para o Brasil e casou com seu namorado de infância, Reynaldo Loureiro, apenas seis dias depois, recolhendo-se a uma vida familiar. Do relacionamento, teve dois filhos, Leonardo e Leilane. Divorciando-se após mais de 20 anos de casamento, em 2000 migrou para os Estados Unidos, onde obteve bacharelado e mestrado em Saúde Mental e Aconselhamento pelo Cambridge College e radicou-se em Boston. Lá, também, onde é supervisora de uma ONG de combate à violência contra a mulher, ela recebeu três prêmios pelo trabalho com vítimas brasileiras de violência doméstica.
Martha dedica-se ao acompanhamento e aconselhamento de mulheres vítimas de abusos sexuais e violência doméstica no estado de Massachusetts, notadamente entre imigrantes das colônias brasileira e portuguesa no estado, trabalho pelo qual premiada pelo governo local em 2009, e já trabalhou com recuperação de drogados, presidiários e terapia com infectados com o vírus do HIV. Em abril de 2015 foi lançado um livro que relata a trajetória de Martha, escrito pelo jornalista Roberto Macêdo e editado pela Assembleia Legislativa da Bahia.




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