Mulher na história: Santa Dulce dos Pobres/ Irmã Dulce - RENATA FONSECA

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Mulher na história: Santa Dulce dos Pobres/ Irmã Dulce

Olá pessoal!

A mulher na história de hoje é de alguém muito especial para a Bahia Irmã Dulce que em breve será Santa Dulce dos Pobres.

A primeira santa brasileira e é daqui da Bahia. Não podia deixar de contar um pouco da história dessa mulher extraordinária.

Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia, e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ao nascer em 26 de maio de 1914, em Salvador, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. A menina Maria Rita foi uma criança cheia de alegria, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol - era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora e os excluídos sociais.

Aos sete anos, em 1921, perde sua mãe Dulce, que tinha apenas 26 anos.

A vocação para trabalhar em benefício da população carente teve a influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da irmã, Dulcinha. Aos 13 anos, Irmã Dulce passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família – na Rua da Independência, 61, no bairro de Nazaré, num centro de atendimento. A casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam a sua porta. Também é nessa época que ela manifesta pela primeira vez, após visitar com uma tia áreas onde habitavam pessoas pobres, o desejo de se dedicar à vida religiosa.

Em 08 de fevereiro de 1933, logo após a sua formatura como professora, Maria Rita entra então para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 13 de agosto de 1933, recebe o hábito de freira das Irmãs Missionárias e adota em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

A primeira missão de Irmã Dulce como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, no bairro da Massaranduba, na Cidade Baixa, em Salvador. Mas, o seu pensamento estava voltado mesmo para o trabalho com os pobres. Já em 1935, a assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começa a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia. Em 1937, funda juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído através de doações – o Cine Roma, o Cine Plataforma e o Cine São Caetano.

Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e seus filhos. No mesmo ano, para abrigar doentes que recolhia nas ruas, Irmã Dulce invadiu cinco casas na Ilha do Rato, em Salvador. Depois de ser expulsa do lugar, teve que peregrinar durante uma década, instalando os doentes em vários lugares, até transformar em albergue o galinheiro do Convento de Santo Antônio, que mais tarde deu origem ao Hospital Santo Antônio, centro de um complexo médico, social e educacional que continua atendendo aos pobres.

Cerca de nove anos depois, foi expulsa da Ilha dos Ratos. Diante da falta de um espaço para atender e colocar as pessoas, Irmã Dulce precisou peregrinar durante uma década, instalando os doentes em vários lugares, até transformar um galinheiro do Convento de Santo Antônio em albergue, o que, mais tarde, deu origem ao Hospital Santo Antônio, no Largo de Roma, em Salvador.

No dia do aniversário, em 26 de maio do ano de 1959, a religiosa Fundou a Associação Obras Sociais Irmã Dulce. No ano seguinte, inaugurou o Albergue Santo Antônio, com 150 leitos.

Daí em diante, os projetos de Irmã Dulce só expandiram e as Obras Sociais começaram a crescer. Em 1983, ela inaugurou o novo Hospital Santo Antônio, com 400 leitos.
Em 1988, foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz, pelo então presidente do Brasil José Sarney, com o apoio da rainha Silvia da Suécia.
Em 2000, foi distinguida pelo Papa João Paulo II com o título de Serva de Deus. O processo de beatificação de Irmã Dulce tramitou na Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano.
O "anjo bom da Bahia" morreu em seu quarto, de causas naturais, aos setenta e sete anos, às 16:45 do dia 13 de março de 1992, ao lado de pessoas queridas por ela, como as irmãs do convento. Seu corpo foi sepultado no alto do Santo Cristo, na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antônio, centro das Obras Sociais Irmã Dulce.
Irmã Dulce foi declarada venerável pela Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano em 21 de janeiro de 2009, deixando-a mais próxima da beatificação. Em 3 de abril do mesmo ano, o Papa Bento XVI aprovou o decreto de reconhecimento de suas virtudes heroicas. Em 9 de junho de 2010, o corpo de Irmã Dulce foi exumado, velado e sepultado novamente, como último estágio do processo de beatificação. Em 27 de outubro do mesmo ano, o cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo anunciou a beatificação da religiosa. O anúncio foi sucedido pelo decreto em 10 de dezembro de 2010 e aconteceu após o reconhecimento de um milagre pela intercessão da religiosa na recuperação de uma mulher sergipana, que havia sido desenganada pelos médicos após sofrer uma hemorragia durante o parto.
O milagre atribuído a Irmã Dulce ocorreu em 2001; a agraciada com milagre foi Cláudia Cristiane Santos de Araújo, que na época morava na cidade de Malhador, no interior de Sergipe. Cláudia teve uma hemorragia após o parto e os médicos não conseguiram controlar o sangramento. Diante da situação, um padre, amigo da família, invocou a intercessão de Irmã Dulce e colocou uma foto da freira no leito de Cláudia. Quando o médico se preparava para assinar o atestado de óbito, foi surpreendido com a notícia da melhora repentina de Cláudia.

O milagre foi investigado por uma comissão eclesiástica do Vaticano. Depois de sete anos ouvindo os personagens, as testemunhas e todas as pessoas envolvidas na história, a Irmã Dulce foi declarada beata. Irmã Dulce foi Beatificada em 2010, quando teve o primeiro milagre reconhecido.
Em 13 de maio de 2019, o Vaticano reconheceu um segundo milagre de Irmã Dulce, a cura de uma pessoa cega. Com isso, a beata poderia ser canonizada, recebendo o nome de Santa Dulce dos Pobres. Quase dois meses depois, em 1 de julho, a Santa Sé oficializou a data de canonização: 13 de outubro do mesmo ano, no Vaticano.
Em 27 de novembro de 2014 estreou o filme biográfico sobre Irmã Dulce, intitulado Irmã Dulce e rodado inteiramente em Salvador, mostra a trajetória da freira na infância, fase adulta e últimos anos de vida. Narra seu ativismo social desde a época da juventude até a construção das Obras Sociais Irmã Dulce.
Em 2014 o governador da Bahia, Jaques Wagner, instituiu por um decreto a data de 13 de agosto como o Dia Estadual em Memória à Bem Aventurada Dulce dos Pobres. Contudo, a data não é feriado no estado, por não ter mais vagas disponíveis no calendário local.

Fonte


Nenhum comentário:

@renatafashionfonseca