Na primeira
temporada o figurino foi feito por Michele
Clapton, conhecida por Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo (2018), Antes
de Dormir (2014) e a série Game of Thrones (2011-2019). A figurinista ainda
ganhou um Bafta em 2017 pela série.
A pesquisa de
Michele reuniu revistas, anúncios, fotos, vídeos e a moda da época como os
designers Christian Dior, Hardy Amies e Norman Hartnell,
que desenhou o vestido do casamento real.
No total foram de
300 a 350 figurinos principais, e sete mil extras entre
figurantes e personagens secundários. Durante os 10 episódios, o público vê o
estilo de Elizabeth evoluir, já que ela tem que assumir uma posição bem
séria.
A peça mais chamativa e mais cara foi o
vestido de seda para o casamento com o príncipe Philip (interpretado por Matt
Smith). Na vida real ele foi feito em seis meses pelo costureiro da família
real, Norman Hartnell, e a peça foi decorada com 10 mil pérolas importadas dos
Estados Unidos e foram bordadas com cristais.
A produção foi
tão intensa que a equipe de figurino teve
ajuda de seis bordadeiras e estudantes de moda que trabalharam 10 horas por dia
durante seis semanas. O vestido foi tão caro que custou em torno de 120 mil
reais.
Outras partes
do figurino que
chamam a atenção são o vestido azul que a rainha usou em 1956 no Festival de
Edimburgo e o vestido emprestado pela Swarovski para sua coroação. A marca
tinha feito a réplica para uma exposição e cedeu para a série.
Para mostrar Elizabeth em um ambiente dominado por
homens e um mundo cercado por transformações históricas, políticas e culturais,
Michele deixa o visual da personagem mais sério, frio, para que seu lado
sentimental fique submerso. Ela opta por um uniforme equivalente aos ternos
masculinos, que funcionava como uma armadura, permitindo que se escondesse por
trás de vestidos formais.
A princesa Margareth, também protagoniza looks
memoráveis. Como a irmã mais velha foi quem ficou com o trono, ela carrega um
ar mais relaxado e tem uma personalidade livre e atrevida, características que
são vistas em seu guarda-roupa, cheio de vestidos em cores claras e de decotes
tomara que caia.
Segunda temporada
Na segunda
temporada, a figurinista britânica Jane Petrie assume
a responsabilidade de mostrar a nova fase das personagens. A vencedora do
Emmy em 2018 pela segunda temporada de The Crown, já trabalhou no seriado Black
Mirror e no filme As Sufragistas.
A pré-produção levou cerca 20 semanas e foram 7 e 8 meses
de gravação com mais de 500 figurinos no total. A cena com
mais figurinos foi
a funeral de Cecile, irmã do Príncipe Philip, onde os 500 figurantes estavam
vestidos com uniforme do exército e ainda mais 100 civis.
A pesquisa de Jane reuniu sites, revistas, documentários e
notícias. A equipe de figurino fez quase todas as peças, por exceção de alguns
vestidos que a Rainha usou. Os sapatos, chapéus e acessórios eram originais da
época. Por isso a figurinista disse que foi uma dor de cabeça
encontrar os sapatos em bom estado, nas quantidades certas e no tamanho do
elenco feminino, porque antigamente as mulheres tinham pés menores.
A história se passa entre os anos de 1956 e
1964, quando a Rainha Elizabeth engravida dos dois filhos (Charles e Anne). É o
momento em que suas responsabilidades aumentam e a Rainha vai aos poucos
deixando de usar suas roupas básicas, como o cardigã, e começa a usar roupas
mais sérias para reuniões junto ao marido.
A intenção da figurinista era
mostrar que enquanto a irmã Margaret estava conhecendo o mundo fora da vida
real, Elizabeth estava cada vez mais dedicada à monarquia e se afastando do
mundo fora do palácio.
Margaret sempre
foi mais aventureira e nessa temporada a figurinista quis que ela
continuasse com seu senso de moda, mas numa versão mais boêmia como reflexo de
seu tédio com a vida de princesa e cada vez querendo ficar mais tempo com noivo
Tony.
Um dos truques do figurino foi
na cena da sessão fotográfica do aniversário de 29 anos da princesa. Na vida
real a foto ficou famosa por ter sido tirada sem roupa, mas na série eles
fizeram diferente, usando um vestido de um ombro só, que pudesse ser abaixado
para deixar o colo a mostra e dar a impressão de nudez.
Assim como na
primeira temporada, outro casamento estava chegando da princesa Margaret e a
tarefa foi ainda maior. A figurinista disse que ela leu o
roteiro e tinha uma fotografia da família real para se inspirar. A dificuldade
era fazer a roupa de todos os membros, não só a noiva, e tudo tinham que ficar
super parecido.
“Quando você olha
para as fotos do vestido, você vê como as camadas de organza se comportam, elas
se mantêm no formato de um jeito leve, arredondado, como se fosse uma nuvem.
Foi difícil achar a quantidade certa de tecido para ficar no formato certo. O
desafio foi apenas de encontrar o tecido certo”, comenta a figurinista sobre o vestido de
Margaret.
No episódio oito, a Rainha Elizabeth se encontra com o presidente
Kennedy e sua esposa Jackie. A figurinista fez uma releitura dos vestidos usados por ambas e deixou
Jackie em uma versão tomara-que-caia e com Elizabeth usou Na
terceira e quarta temporada a figurinista é Amy Roberts.
Terceira temporada
Mais uma
vez fotografias serviram de referência para a confecção do figurino. Para esse
projeto específico, [a questão principal] foi a cor.
Para a Rainha foi mantido uma cartela bem centrada nos tons
pastéis. Para Margaret, ligeiramente mais escuro, um pouco mais ela mesma. E
para a Princesa Anne, parte jovem e moderna da realeza, introduzimos ideias bem
interessantes e minissaias, mas à moda da realeza.
Quarta temporada
Na
quarta temporada o foco são os figurinos da princesa Daiana, depois que entra
para família real tem looks belíssimos.
Tamanha
popularidade de Diana foi um dos desafios para a figurinista britânica Amy
Roberts, responsável pelos visuais de "The Crown" e vencedora do Emmy
por seu trabalho.
Amy Roberts e sua
equipe criaram mais de 80 peças únicas para o visual de Diana ao longo dos dez
episódios em que ela estará presente.
As inspirações e
referências, tiradas de vídeos, livros e revistas, ficaram expostas em um
grande painel instalado no ateliê da produção. Foi a partir dele que todos
envolvidos puderam absorver todos os detalhes das peças, a fim de recriá-las
junto à história contada no roteiro original.
Cada personagem tem sua
jornada criada a partir de uma linha temporal feita com imagens.
Para a figurinista, no
caso de Diana, as roupas usadas por Emma na trama são, antes de qualquer coisa,
uma forma de narrar a sua inserção como membro da família real.
Ao longo dos episódios,
o desabrochar do estilo de Diana acontecerá por meio de pequenos passos, que
preparam o território para o que está por vir a seguir, em que poderemos vê-la
abraçando uma personalidade mais forte e popular.
Criado pelos
estilistas David e Elizabeth Emanuel, o vestido de noiva de Lady Di foi uma
confecção de tafetá de seda marfim e rendas antigas com 10.mil pérolas, uma
cauda de 7,6 metros e véu de chiffon de renda.
A peça era tão
grande que foi esmagada na carruagem de vidro que deixou a noiva em frente à
Catedral.
Para Amy,
recriá-lo foi um dos maiores desafios nessa quarta temporada, por ser a
principal imagem da princesa gravada na memória popular — além, é claro, das
grandes medidas da cauda e das pérolas.
Nós
contamos com a ajuda dos Emanuel, que nos agraciaram com cópias do desenho
original do vestido. O vestido passou por seis ajustes no corpo de Emma
Corrin para que ficasse perfeito, assim como idealizado, até a gravação da
cena.
Em uma das últimas cenas
da série, os telespectadores de "The Crown" verão Diana usando um
vestido preto.
A cor não é permitida
para o uso de membros da família real no dia a dia, sendo reservado apenas para
o luto. Inclusive, todo membro da família real sempre deve levar roupas pretas
quando viaja, para alguma emergência, evitando contratempos, como quando
aconteceu com a rainha Elizabeth quando seu pai morreu.
Quanto questionada se a
peça seria uma referência para o famoso "vestido da vingança", usado
pela princesa após as notícias sobre a traição de Charles, Amy pontua que a
peça em questão não é retratada nessa temporada, no entanto, a aparição de Lady
Di com outro vestido na mesma cor teve como intuito estabelecer um
"manifesto".
https://www.uol.com.br/nossa/reportagens-especiais/the-crown-figurinista-revela-desafios-de-criar-vestido-de-noiva-da-diana/#page11
https://alicealves.com.br/blog/curiosidades/o-figurino-milionario-de-the-crown
https://storia.me/pt/@StreetStylePOA
https://vogue.globo.com/lifestyle/cultura/noticia/2019/11/crown-terceira-temporada-chega-neste-domingo-e-vogue-tem-acesso-entrevista-exclusiva-com-figurinista.html